O assassinato de policiais, chargistas e jornalistas que trabalhavam na sede do Charlie Hebdo gerou debates sobre os limites da liberdade de expressão. John Kennedy e Nelson Mandela disseram que a liberdade é indivisível, pois, se fosse dividida, deixaria de ser liberdade. Assim, a liberdade de expressão apenas pode ser absoluta: a proposição de que o discurso deve ser livre e ilimitado, porém sem ofender ninguém, é contraditória e logicamente incorreta. Charges que nem sequer destinavam-se diretamente a um adepto do islã em específico promoveram assassinatos: mataram por causa de cartuns.
O papel da arte é expandir nossos limites, abrir o universo e libertar a mente. Fazer isso em meios-termos é impossível. As forças silenciadoras dos conservadores barram a liberdade de expressão. Censurar manifestações, ainda que indiretas, contra os crimes medievais e hediondos praticados por alguns fanáticos é defender a continuidade desses crimes.
Há quem argumente que, além de sempre tratar ofensivamente dos islâmicos, o jornal também fazia generalizações grosseiras ao apenas retratar os estereótipos mais ofensivos e fundamentalistas dos seguidores da religião. Todavia, eram justamente os fundamentalistas que precisavam ser retratados pelos chargistas, e a extensão da charge a todos os muçulmanos só revela quanto alguns são incapazes de entender a crítica. O semanário francês, através de cartuns, lutou pelos inocentes que sofrem sob o controle dos fundamentalistas. Os abusos e crimes cometidos por alguns muçulmanos precisam ser denunciados pela mídia, pois essa é uma de suas funções.
A defesa da liberdade de expressão precisa ser objetivo comum das sociedades contemporâneas. O legado dos jornalistas assassinados nunca será apagado, pois motiva os outros jornalistas e chargistas a denunciarem as mazelas sociais do mundo. Mesmo que os artistas que ousaram ir além não sobreviveram tenham sobrevivido, suas ideias sobreviverão e, certamente, tornarão o mundo um lugar mais calmo e seguro.
Comentários do corretor
Atenção à conjugação correta dos verbos.
Bom texto. Aborda o tema proposto com clareza, coerência, organização de raciocínio e senso crítico.
Continue exercitando sua escrita.
Competências avaliadas
Item | Nota | |
Adequação ao Tema | Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. | 2.0 |
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea | Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. | 2.0 |
Adequação ao Gênero Textual | Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. | 2.0 |
Adequação à modalidade padrão da língua | Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. | 1.5 |
Coesão e Coerência | Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. | 2.0 |
NOTA FINAL: | 9.5 |
Saiba como é feito a classificação da notas | ||||
0.0 - Ruim | 0.5 - Fraco | 1.0 - Bom | 1.5 - Muito bom | 2.0 - Excelente |