Enxaqueca - Banco de redações

As atitudes brasileiras são cômicas e interessantes. É quase impossível, na rotina de um brasileiro comum, o tema “política” não pairar em algum momento atrelado, é claro, à corrupção. Entretanto, os problemas da política brasileira não se resumem às falcatruas dos gestores que a própria sociedade elege. A possibilidade de uma reforma política deve alçar voos mais ambiciosos.

            É clichê e desagradável discutir sobre o lamaçal da política brasileira. E, para piorar, a sociedade pouco contribui para mudanças significativas. As reformas, primeiramente, devem partir da mentalidade da população. O voto consciente, honesto, em representantes que honrem a causa e, de fato, tenham tendências a possíveis mudanças do cenário político seria um primeiro e ótimo passo. Mas as “reformas” não param por aí.

            É fato que o povo tem pequena participação no cenário político, sob dois aspectos, primeiro: representatividade indireta por políticos pré-eleitos por cartéis (lê-se coligações) que nem sempre condizem com a ideologia partidária tampouco com as demandas dos eleitores. E segundo que, no Brasil, há uma péssima cultura na qual os cidadãos esquecem-se da importância e da duração de um voto. São representantes que irão gerir o país por 4 anos!  Essa forma de agir deve, o quanto antes, passar por uma boa reforma.

            Além do mais, o desinteresse dos gestores em fazer caminhar a reforma é um impasse. João Goulart tinha em seu plano de governo as famosas “reformas de base” e, dentre elas, situava-se a reforma política. O que aconteceu? Taxado como louco, comunista e imoral foi “deposto”. A prova viva de que quem está no poder não tem pressa nem vontade para reformar a casa e limpar a lama que está encarnada na política brasileira.

            Dessa maneira, uma reforma política não deve planar apenas sobre o aspecto da corrupção. Uma participação mais direta e concisa do povo bem como uma mudança na educação do país visando à inserção política dos jovens através de disciplinas nas escolas é importante. O Ministério da Educação deve implantar essa “semente”. Uma tarefa controversa, afinal quem está no poder não quer, de maneira alguma, gente politizada e crítica que possa vir a dar dores de cabeça.