Subordinação invertida - Banco de redações

Por toda a História, o mundo conheceu diversos modelos políticos. Teocracias, monarquias, ditaduras e, a mais conhecida de todas, democracia.  Ao analisar o globo atual, percebemos que elas ainda estão entre nós: a teocracia iraniana, a monarquia inglesa, a ditadura norte-coreana e inúmeros governos “democráticos” caracterizam o cenário governamental do planeta. Porém, seguindo o raciocínio de Platão, o nosso Mundo das Coisas não contempla nada perfeito. As formas de governar apresentam defeitos. Cabe ao Homem, portanto, identificá-los e, na medida do possível, aplicar-lhes uma reforma.

No caso do Brasil, é evidente que nosso sistema político nunca foi exemplar. No trajeto colônia-república, há muito o que ser contestado. Atualmente, a contestação ainda é plausível. Parte da população (especialmente a elite) está sedenta por mudanças, e isso se deve ao maior esclarecimento da mesma sobre os escândalos que ocorrem no Planalto Central. Mas o que deve ser reformado? O que exatamente há de errado com o governo brasileiro que merece ser mudado?

Ainda sob a perspectiva de Platão, especificamente na obra “A República”, ele disserta que todo sistema político se auto-corrompe. No caso da democracia (modelo vigente em nosso país), esta se torna uma demagogia. Será que isso se confere ao Brasil? A resposta está nos governos de Vargas e no domínio petista desde 2003. O controle das massas é herança cultural. Uma pseudo-inserção do povo na política da nação. Uma venda gigante nos olhos dos brasileiros. Ao contrário do que propôs o empirista inglês John Locke, o povo fica à margem da participação, não exerce o “direito de rebelião”, e acomoda-se a à estrutura corrupta em que vivemos.

Revela-se urgente, portanto, a necessidade de uma reforma na inclusão cidadã na política do país. Afinal de contas, como vaticinou um dos teóricos políticos do século XVIII, Jean Jacques Rousseau, ”o poder emana do povo para o povo”. Como a democracia é um sistema que visa a isso, é preciso que esse fenômeno se confira, ou seja, aconteça.  Para tanto, é imperativo reformular o modelo de atuação da população, pois é de fundamental importância para o funcionamento do Estado democrático que esta se torne partícipe. Finalmente, dessa forma, poderemos dizer que vivemos em uma nação, de fato, onde a soberania provém do povo.

Diante do desafio que se constitui a “marginalização política” do povo, é de suma importância a ação conjunta de nossos representantes, dos agentes sociais, e do próprio indivíduo. Os políticos, através do maior engajamento quanto ao melhor funcionamento do aparelho estatal; os agentes sociais, como família e escola, através da orientação dos jovens a uma melhor formação política; e por fim, o indivíduo, que deve sair da bolha alienadora criada por todas as medidas “assistencialistas”, que se revelam uma política do Pão e Circo do século XXI. Os tempos são outros. A população não deve mais ser tratada como marionete dos governantes: a subordinação está invertida. É necessário modificar isso.