Economia de água também deve existir no Brasil - Banco de redações

    O contínuo apelo capitalista, iniciado com as Grandes Navegações, ao uso dos recursos naturais gerou um forte impacto na vida da Terra, uma vez que o desmatamento, a poluição e o consequente fator do aquecimento global, não só põe em risco a flora e a fauna mas também o próprio ser humano. Nesse cenário destaca-se a drástica redução dos recursos hídricos que, outrora abundantes*, agora afeta também o Brasil.

    Tal redução pode ser constatada como fruto da sociedade de consumo derivada do capitalismo. Desde 1960 a humanidade duplicou(,) mas o consumo aumentou em sete vezes. Ou seja, nesse ritmo a humanidade consome um planeta Terra e mais um terço. Esse ritmo é demasiado acelerado para a natureza conseguir repor seus recursos. Por isso, o consumo desenfreado aliado a à urbanização caótica, e consequentemente o despreparo no uso adequado da água, têm alimentado o aquecimento global e interferido negativamente no ciclo da água no planeta.

   Como exemplo num panorama global, o mar de Aral caracterizou-se nos anos de 1960 como o 4º maior mar do mundo. Todavia, a partir de 1970 a União Soviética utilizou-se desse recurso de forma não planejada para sustentar a agricultura da região. O resultado do mecanismo da URSS foi a redução de 90% do volume de água daquele mar.

    Essa ocorrência não deve ser encarada como uma catástrofe distante da realidade brasileira. Afinal, o país encontra-se hoje com crescente perda de sua biocapacidade e, além disso, encara um diagnóstico preocupante: a falta de água que alguns anos atrás era restrito restrita ao nordeste (e) agora afeta também o sudeste brasileiro. A seca do verão de 2014 que provocou a diminuição do volume de água do Sistema Cantareira também conduziu a uma solução dramática: o uso proveniente da água subterrânea, o volume morto do Aquífero Guarani. A situação só se amenizará se em outubro desse ano voltar a chover, se não, haverá de fato um colapso de abastecimento de água. Chovendo ou não, nos anos posteriores a sociedade deve continuar em alerta, pois o aquecimento global interfere no regime de chuvas e, com isso, a seca do Sudeste irá intensificar-se.

    Portanto, a escassez de água deve ser encarada com seriedade em todo o Brasil, uma vez que já se sentem no território nacional as consequências do aquecimento global no regime de chuvas. Deve-se criar politicas publicas para conscientizar o cidadão do não desperdício da água, assim como orientar as empresas para a não poluição dos rios e lençóis subterrâneos. Outrossim, caso o uso seja imprescindível, os governos estaduais do Sudeste devem se precaver para não usar o Aquífero Guarani de forma indiscriminada, como foi usado o mar de Aral.