“O sertanejo é, antes de tudo, um forte”. Euclides da Cunha em Os sertões se referia à zona árida do nordeste brasileiro que sempre padeceu por problemas de estresse hídrico. No entanto, quem atualmente vem tendo preocupações a esse respeito é a região sudeste, mais precisamente o estado de São Paulo, que por falta de chuvas se vê na iminência de um racionamento. Contudo, não só o fator climático contribui para essa situação, mas todo um conjunto de práticas de desperdício que só reforçam a ideia de que quanto mais se tem, menos se valoriza.
A questão da falta de água em São Paulo vai muito além do clima. É fato que o homem não pode controlar a quantidade de chuvas, mas pode desenvolver tecnologias que possam medir essa quantidade e condicionado a isso tomar medidas para a prevenção de um caos, e, infelizmente(,) a SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) não as possui. Não apenas isso, há o desperdício que é alarmante. Na própria distribuição há perdas por furos em tubulações e vazamentos, na questão residencial e, principalmente industrial, esses números só crescem, pois ele é o maior polo brasileiro.
Nessa perspectiva é de fundamental importância que se observe o exemplo de outros países. Como Israel(,) que embora tenha 60 % de seu território formado por regiões desérticas é um dos maiores na questão de tecnologias aplicadas ao aproveitamento da água. Medidas como dessalinização da água do mar e irrigação por gotejamento fazem com que o desperdício nesse país seja mínimo. Assim, pode-se questionar se o “problema” do Brasil como um todo é ter esse recurso em abundância. Essa posse pode dar a falsa impressão de que nunca terá fim e com o famoso “jeitinho brasileiro” então, esse problema se agrava, não se pode esperar que todo o sistema Cantareira seque para tomar atitudes rígidas e seguir modelos exemplares.
Fica evidente, portanto, que ter água no hoje não significa ter para sempre e é preciso atentar-se para isso e valorizá-la. Cabe ao governo, investir em recursos para implementar medidas como as de Israel. No momento da crise continuar os racionamentos e conceder informações á à população, a escola pode servir de ponte para os indivíduos tomarem consciência desde criança, e aos adultos cabe a tomada das mínimas atitudes domésticas que ajudam a desperdiçar menos. Hoje, talvez Euclides diria que o paulista tem de ser um forte, forte para enfrentar a crise, vencer o próprio preconceito e ignorância em função de um bem maior.
Comentários do corretor
Atenção à pontuação e ao uso da crase.
O texto aborda o tema proposto de forma clara, objetiva, coerente e bem desenvolvida, usando elementos disponíveis na coletânea.
Continue exercitando sua escrita.
Competências avaliadas
Item | Nota | |
Adequação ao Tema | Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. | 2.0 |
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea | Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. | 1.5 |
Adequação ao Gênero Textual | Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. | 2.0 |
Adequação à modalidade padrão da língua | Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. | 1.5 |
Coesão e Coerência | Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. | 2.0 |
NOTA FINAL: | 9 |
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