Demanda surreal - Banco de redações

Há séculos atrás, a humanidade acreditava na infinita disponibilidade de água no planeta. Com a intensificação das atividades econômicas desde a irrigação até ao uso industrial, foi surgindo o questionamento acerca da utilização desse recurso. Em seguida, concluíram sobre a desigual distribuição de água doce no planeta e sua propriedade não renovável diante de obstáculos climáticos para a manutenção do ciclo hidrológico; sociais, como o desperdício e a poluição e talvez o pior deles, a sua capitalização. 

O Brasil possui um dos maiores reservatórios mundiais, seus grandes rios e respectivos afluentes possuem importantes funções além do abastecimento ás das cidades e centros rurais. A matriz energética nacional é em quase sua totalidade advinda das hidrelétricas e nas regiões de planícies há a navegação municipal e regional. Porém, o nordeste brasileiro é desprivilegiado com a riqueza aquífera brasileira(,) (situação) agravada pela ocorrência de grandes secas que são consequências do regime semiárido vigente nessa região.

Excepcionalmente no verão passado, as perspectivas mudaram bastante no eixo Sudeste e os problemas perduram até o momento, já no segundo semestre. O regime de chuvas foi atípico e causou uma redução drástica nos reservatórios da região de Minas Gerais e São Paulo, sendo mais severa na última. Diferentemente do Nordeste, essa localidade possui uma intensa atividade econômica(,) além de possuir uma população numerosa mais concentrada nos centros urbanos, o que acarreta num um processo mais acelerado da crise fluvial, juntamente com o uso excessivo da água e a poluição dos leitos. 

Diante do racionamento inevitável, medidas são estudadas e projetos desenvolvidos em larga escala a fim de solucionar o problema e ao mesmo tempo mantendo manter as áreas ainda intocáveis intocadas preservadas, como os reservatórios subterrâneos. Toda essa atenção existente no núcleo econômico do país culmina em uma constatação interessante: como são notáveis os esforços para melhorar o panorama atual e o tratamento diferente dado às secas nas outras regiões que sofrem com os baixos níveis dos rios há muito tempo. Logo, fica evidente outra causa da escassez de água que ao mesmo tempo é um fator dependente da recuperação do sistema Cantareira e outros; a comercialização indireta do recurso que está presente essencialmente no núcleo industrial do país. 

Portanto, a manutenção das reservas naturais precisam ser preservadas e tratadas adequadamente. O excesso do credo na disponibilidade deve ser extinto, pois não é apenas uma responsabilidade das companhias de distribuição e da manutenção do ciclo hidrológico; o acesso a esse recurso fundamental ao homem é um direito que tem de ser zelado por todos os que consomem, indiferentemente da sua posição social ou de onde habitam.