No século XVIII, a Revolução Francesa - um dos maiores movimentos ao qual o globo assistiu – pautou-se em uma tríade liberal muito conhecida: liberdade, igualdade e fraternidade. Esse segundo valor, na época, correspondia principalmente à atuação política igualitária a todos os integrantes da sociedade. Hoje, por sua vez, a aclamação por igualdade se dá em outros campos: o social e econômico. Do choque entre o pensamento de conservadores e liberais, surge a discussão: a desigualdade é algo a ser extinto ou um mero efeito colateral do modo como vivemos?
O Brasil, por exemplo, revela-se a oitava nação com o maior índice de GINI (medidor da desigualdade) do mundo. Esse dado contrasta fortemente com nossa situação econômica: sexta maior potência global e um dos líderes do BRICS. Como isso é possível? Nosso país foi, durante toda a sua história, construído sobre uma sociedade aristocrática, segregacionista, que opunha os setores ricos aos pobres, a exemplo da famosa relação entre os senhores de engenho e escravos, marginalizados. Logo, percebe-se que as diferenças socioeconômicas as quais vivemos hoje são frutos de uma semente plantada na fundação do território brasileiro.
Não só em nosso país, mas em todo mundo, a desigualdade é um problema. Apesar das tentativas em consolidar um Estado igualitário por meio das ideias do socialismo científico marxista, como Paris em 1848, Rússia em 1917, China em 1949, e outros como Cuba, Coreia do Norte, Laos e Vietnã, é visível que foram tentativas em vão, pois nenhuma dessas nações se consolidou como um verdadeiro e efetivo regime comunista. A China é um dos países mais desiguais do mundo, Cuba e Coreia do Norte vivem à margem de ajudas estrangeiras. Infelizmente, a ideia de igualdade é utópica, a civilização simplesmente não a comporta.
E, por ser assim, a desigualdade é onipresente. Sob a visão do alemão Karl Marx, é ela a responsável pela luta de classes, constituindo, assim, uma visão materialista da História. Não há dúvidas de que é importante, de fato, a manutenção das disparidades, mas extinguí-las é impossível. A desigualdade socioeconômica conota-se uma verdadeira consequência do capitalismo e persiste em todos os países do mundo – uns mais, outros menos.
Uma forma de minimizar esse mal é a intervenção do Estado democrático (o que evidentemente não ocorre de forma eficaz). No fim das contas, as contemporâneas falsas democracias revelam-se governos aristocráticos, que de acordo com a obra de Platão, “A República”, corrompem-se a oligarquias, aumentando cada vez mais o abismo entre a parcela rica e pobre, alimentando as disparidades entre o dominante e o dominado.
Comentários do corretor
Excelente texto! Bem elaborado, com argumentos coerentes com o ponto de vista defendido, raciocínio crítico, claro, objetivo e bom uso das informações disponíveis na coletânea, além de domínio satisfatório da linguagem padrão escrita.
Parabéns! Continue exercitando sua escrita!
Competências avaliadas
Item | Nota | |
Adequação ao Tema | Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. | 2.0 |
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea | Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. | 2.0 |
Adequação ao Gênero Textual | Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. | 2.0 |
Adequação à modalidade padrão da língua | Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. | 2.0 |
Coesão e Coerência | Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. | 2.0 |
NOTA FINAL: | 10 |
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