Igualdade social, distribuição de renda e sustentabilidade econômica - Banco de redações

  Admite-se que as grandes desigualdades sociais observadas em vários países, principalmente nas nações não desenvolvidas, seriam justificadas, principalmente, devido aos fatos decorridos no passado. Apesar disso, não é correta a adoção de certas medidas por parte dos governantes – especialmente se forem fundamentadas nesses eventos experimentados – com o pretenso intuito de se corrigir o problema. Contudo, caso o governo insista em adotar tais ações, corre-se o risco de provocar não a diminuição, mas sim elevar cada vez mais a desigualdade social.

  Atualmente, a maioria dos países possuem governos intervencionistas que estabelecem um rigoroso controle do Estado sobre a economia. Logo, uma das medidas adotadas pelas autoridades dessas nações é a tributação progressiva sobre os rendimentos das entidades e dos indivíduos (ou seja, quanto mais alta a renda, maior o imposto a ser pago). Assim, tal norma tem o propósito de alocar cada vez mais recursos nas mãos do Estado para que o mesmo possa realizar suas políticas redistributivas de renda (o programa Bolsa Família no Brasil, por exemplo). Todavia, essa concepção keynesiana (um Estado benevolente que concede benefícios sociais aos mais carentes à custa dos que produzem) apenas tenderá a aumentar aquilo que em princípio a sociedade sempre quis eliminar: o aumento da pobreza.

 Não obstante, conforme preceitua a filosofia “laissez-faire”, as atividades econômicas devem ser desempenhadas voluntariamente pelos agentes do mercado (sem interferência estatal), pois caso assim não o seja, inevitavelmente haverá um desequilíbrio na economia (baixa produtividade, péssimos serviços e má alocação dos recursos). Sendo assim, apenas numa economia de livre mercado seria possível alcançar uma efetiva redução nas desigualdades sociais, uma vez que a renda média da população tenderia a crescer no longo prazo (aqui não importando se uma minoria venha a ganhar bem mais do que os outros, pois o foco principal sempre deverá ser a crescente geração de riquezas).

   Dessa forma, conclui-se que as desigualdades sociais são inerentes à estrutura social então vigente. Logo, ao se fazer uma análise de tudo aquilo que as sociedades já passaram, e tomando por base a compreensão dos fatos, pode-se deduzir que, após o período industrial, foram justamente os Estados assistencialistas quem mais fomentaram as desigualdades sociais, pois eles alocaram muito mal os recursos (que nem deveriam estar em suas mãos, mas sim a cargo de quem os produziu), além de influenciarem seriamente os ciclos econômicos – desestimulando assim cada vez mais as atividades produtivas e colocando em risco o crescimento sustentável da economia. Por conseguinte, alterações nos atuais sistemas político-econômicos se tornam iminentes, uma vez que o previsível declínio econômico somente irá agravar a situação.