“No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho”. Esse trecho de Carlos Drummond de Andrade exemplifica bem a existência da desigualdade econômica e social nas sociedades, a qual limita que expressiva parcela das pessoas tenha acesso a vários recursos, enquanto uma minoria os explora exacerbadamente. Tal realidade é alarmada pelo fato de os cidadãos serem cada vez mais incentivados a se individualizarem, bem como não há uma divisão eficaz dos recursos que propiciam um maior desenvolvimento de qualquer sociedade.
Vale ressaltar, antes de tudo, o fortalecimento do individualismo. Hoje as pessoas lutam para ascender socialmente, deixando à margem a preocupação de cometerem ações que afetam aos que estão ao redor; exploram e desperdiçam recursos naturais, enquanto outros os têm escassamente; além do fato de muitos pais ensinarem aos filhos a continuidade dessas ações, argumentando acerca de que há uma devida classe de povos superiores e inferiores. Desse modo, a desigualdade é alarmada, o que propicia a pobreza, já que se torna mais difícil uma pessoa de menor poder econômico alcançar melhores condições de vida, pois os recursos estão concentrados nas mãos daqueles que lucram mais.
Como se não bastasse, não há uma divisão eficaz dos fatores que desenvolvem a sociedade: muitas regiões não têm condições de oferecer educação de qualidade, há ausência de profissionais nos mais variados setores, bem como baixa remuneração desses, e falta de alimento em muitas comunidades. Assim, os problemas já apresentados se tornam mais vigentes, o que reflete a falha do Estado relacionada à inversão desse quadro.
Infere-se, portanto, que a desigualdade se mostra uma grande pedra a ser removida do caminho para o desenvolvimento, sendo necessária uma união de governantes e governados, ricos e pobres de toda a comunidade para tal feito. Para isso, o Estado deve garantir serviços de qualidade e consequentemente melhoria de vida à sociedade, sendo que esta precisa mudar seus comportamentos que a prejudicam fortemente, a fim de chutar a velha pedra do meio do caminho.
Comentários do corretor
Bom texto. Raciocínio claro, objetivo, bem elaborado, crítico e coerente com o tema proposto. No entanto, há espaço para explorar melhor os dados da coletânea.
Continue exercitando sua escrita.
Competências avaliadas
| Item | Nota | |
| Adequação ao Tema | Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. | 2.0 |
| Adequação e Leitura Crítica da Coletânea | Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. | 1.5 |
| Adequação ao Gênero Textual | Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. | 2.0 |
| Adequação à modalidade padrão da língua | Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. | 2.0 |
| Coesão e Coerência | Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. | 2.0 |
| NOTA FINAL: | 9.5 | |
| Saiba como é feito a classificação da notas | ||||
| 0.0 - Ruim | 0.5 - Fraco | 1.0 - Bom | 1.5 - Muito bom | 2.0 - Excelente |