Corrupção: "Dumping social e econômico" - Banco de redações

Um dos maiores desafios das sociedades atuais é a corrupção, ato ilícito que ameaça o desenvolvimento de um país, pois desvia a riqueza produzida pelo coletivo para o benefício individual. Neste contexto, o Brasil é uma das muitas nações que estão a à mercê deste problema e combatê-lo tornou-se um desafio que impõe tanto à população, quanto ao governo mais que a consciência cidadã.

Hodierno, deparamo-nos com uma gama de fatores como evasão fiscal, peculato, paternalismo, entre outros que evidenciam o uso de bens ou postos públicos para benefício próprio. Outrossim, há a promiscuidade entre o setor público e privado, que agrava mais ainda esta problemática, constituindo assim, uma espécie de “dumping econômico”. Sobre isso, joga-se a culpa nos políticos, nos governos, mas quem é o governo? Nada mais é do que um expoente que sai de uma base (a sociedade). Se a base é suja e corrupta, produz consequentemente, expoentes deploráveis.

Além disso, normalmente usa-se o argumento de que um dos motivos que dificultam a erradicação da corrupção é que esta está enraizada à cultura e história de um país, por isso demora gerações para dirimí-la. No entanto, sabe-se que dois dos países menos corruptos hoje, Suécia e Singapura, já foram dos mais corruptos no passado, porém, ambos conseguiram realizar, com relativa rapidez, uma redução significativa nos níveis de devassidão do poder. Tal redução, só foi possível porque os dois Estados adotaram uma série de medidas de prevenção, penalização e aplicação da lei contra a corrupção.

Vê-se, por conseguinte, que a corrupção está longe de ser eliminada, mas que este feito não é impossível. Sendo assim, aumentar os salários do setor público, estabelecer uma cultura de meritocracia e criar unidades de anticorrupção independentes do governo são medidas que podem garantir que tenhamos somente funcionários contentes, qualificados, com status social elevado e que não aceitem “luvas”. Ademais, cabe a à população através do poder de denúncia, vontade e/ou análise política colaborarem com a supressão dessa chaga social-histórica. Pois somente dessa forma, poderemos acabar de vez com a corrupção e nos tornarmos uma nação de progresso limpo, assim como Singapura e Suécia.