- Banco de redações

“Desde quando o Brasil era colônia, a corrupção já estava presente na sociedade”. “A corrupção faz parte da formação do povo brasileiro”. Frases como essas são comuns na sociedade, pois muitas pessoas consideram a corrupção como uma herança social, no entanto a realização de atos corruptos envolve uma questão moral e não está apenas associada ao cenário político brasileiro.

O tão conhecido “jeitinho brasileiro”, relaciona-se à corrupção quando é usado para favorecer interesses pessoais e desrespeita as leis, por exemplo, quando uma pessoa passa na frente de outras pessoas em uma fila de espera ou quando realiza os “gatos” (desvios de energia elétrica). Essas práticas comuns no cotidiano são tão imorais quanto as realizadas pelos políticos corruptos. Isso mostra que a corrupção presente nas instituições públicas é reflexo da sociedade, já que ela não fica restrita ao cenário político.

Essa prática imoral está presente ao longo da formação do estado brasileiro e como observou o historiador Sergio Buarque de Holanda(,) não houve uma distinção entre público e privado no Brasil, assim as pessoas usavam os poderes do Estado conforme os seus interesses pessoais, (.) o coronelismo é um exemplo, ademais essa situação de supervalorização dos interesses pessoais gera desigualdades sociais. Esse cenário é problemático, pois enquanto uma parte da sociedade permite e realiza atos corruptos, o Brasil continuará nessa terrível situação, na qual os corruptos são favorecidos e a parte da população que busca realizar o seu papel de cidadã é injustiçada pelos feitos dos corruptos.

O que ocorre no Brasil é similar a à situação de Bruzundanga, país fictício de Lima Barreto, no qual a corrupção imperava e o país vivenciava injustiças sociais. Diante dessa conjuntura, na qual uma parte da população colabora para a existência deste mal, - a corrupção, - as condições sociais no país sofrerão poucas melhorias. Assim é necessário que os indivíduos deem mais importância aos valores morais, por isso é preciso que as instituições educacionais criem projetos que discutam os malefícios da corrupção e assim evitem realizá-la. Também é necessário que as leis sejam praticáveis, visto que a corrupção já é tida como crime hediondo, mas não é tão vigorosa, para isso é preciso que a população solicite do poder judiciário uma maior atuação para combater essa prática, inconsistente para um Brasil melhor.