Justiceiros ou pessoas sem discernimento? - Banco de redações

            É incontestável – e há dados estatísticos para isso – que a violência urbana cresceu e muito. Os motivos são diversos, mas – além do fato da crescente violência – é importante ressaltar a ação dos “justiceiros”. Como argumento principal, eles dizem que o Estado não cumpre sua função de proteção à população e se veem como os responsáveis pela organização do sistema de segurança falho.

            A violência e os atos de degradação social são condenados por muitos – e com razão. Infelizmente, parte da população decidiu tomar as rédeas do problema e resolvê-lo por si só. O que eles esqueceram foi que, na nossa sociedade, o papel de fazer justiça fica com o Governo, sendo assim, estão infringindo a lei ao tentarem aplicar sanções a quem julgarem como “prejudicial à sociedade”.

            Não obstante toda a ideologia por trás de suas atitudes, suas ações são um exemplo de como a população brasileira não consegue discernir bem as coisas: nas manifestações de junho, clamavam pelo Estado de direito; agora, estão levando as coisas pelo caminho da selvageria. Dois antônimos radicais.

            Quando o julgamento sai de um órgão que possui imparcialidade – pelo menos na maioria dos casos – e passa a ser feito por pessoas que convivem com a situação, ou conhecem a pessoa julgada, a situação muda completamente. Os sentimentos pessoais – ou coletivos – não devem interferir em situações desse tipo.

            A Polícia (seja a Civil, a Federal, a Estadual – não importa qual) é a responsável por prisões e sanções imediatas; e a Justiça, pelos julgamentos. Lamentavelmente, faltam duas coisas principais no Brasil: estruturação do Governo para que a segurança pública seja de qualidade; e a população perceber que não deve intervir tão diretamente nos casos judiciais.