Recentemente, alguns bairros* têm contado com a atuação de grupos de justiceiros. Trata-se de bandos que praticam justiça ilegalmente. Fazem-no por descrença no sistema judiciário, ou por terem sido contratados para fazê-lo por quem não mais acredita na capacidade do Estado de manter a população segura.
O maior problema decorrente da ação dos justiceiros é a falta de controle da atividade desses grupos. Não é possível saber se os alvos são de fato culpados, pois o julgamento efetivado pelos justiceiros pode ser carregado de preconceito e rancor e completamente desprovido de provas concretas contra os acusados. Para agravar a situação, alguns grupos nem sequer se importam com quem se torna alvo de seus ataques: atuam como mercenários, visando apenas ao lucro.
A busca pela justiça é algo nobilíssimo, mas é como essa busca se dá que determina o quão nobre, ou hedionda, ela de fato é. Vivemos em um Estado de direito, onde um poder maior encarrega-se de julgar os conflitos de interesses para evitar, à medida do possível, julgamentos tendenciosos. Essa imparcialidade é quase inexistente quando os acusadores também são os únicos encarregados de julgar os acusados. As atuações recentes dos justiceiros, todas infames, variam de ataques à moral até assassinatos no meio da rua.
Para resolver o problema já existente é necessário, evidentemente, um aumento nos investimentos em segurança pública. Poder-se-ia também realizar campanhas que reafirmariam para a sociedade a necessidade do respeito aos direitos humanos para a manutenção da ordem e para a inibição de abusos de poder.
A longo prazo, a solução do problema dos justiceiros está no exercício da cidadania. Professores, pais, políticos e funcionários públicos deveriam servir de exemplo de como a participação coletiva em decisões políticas pode impactar nossa realidade circundante. Elegendo candidatos que se comprometam com melhorias no sistema judiciário e com investimentos nos setores responsáveis pela segurança pública, poder-se-ia obter justiça sem o descumprimento da lei ou a violação dos direitos humanos.
Comentários do corretor
* bairros de onde? Não seria melhor usar o termo "cidades"?
Bom texto! Explora o tema com uso de argumentos coerentes com o ponto de vista defendido. Alguns elementos da coletânea, no entanto, poderiam ter tornado o texto mais ilustrativo quanto ao tema.
Continue exercitando sua escrita.
Competências avaliadas
Item | Nota | |
Adequação ao Tema | Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. | 1.5 |
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea | Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. | 1.0 |
Adequação ao Gênero Textual | Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. | 1.5 |
Adequação à modalidade padrão da língua | Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. | 2.0 |
Coesão e Coerência | Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. | 1.5 |
NOTA FINAL: | 7.5 |
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0.0 - Ruim | 0.5 - Fraco | 1.0 - Bom | 1.5 - Muito bom | 2.0 - Excelente |