É notório o crescimento da violência no Brasil atualmente, seja nas favelas, na Zona Sul do Rio de Janeiro, em Santa Catarina ou no Nordeste. Em todo o país há o medo do perigo iminente, medo de não saber se voltará são e salvo para casa ao final do dia. Atordoados, cidadãos começam a reagir formando grupos que assumem o papel da polícia e da Justiça, caçando, julgando e penalizando marginais de acordo com o que pensam ser o certo, e se autodenominam “justiceiros”.
Apesar de tais ações serem compreensíveis, não se deve apoiá-las, pois fazem uso de pura violência e de pensamentos radicais em sua maioria. Um bom exemplo é o adolescente de 15 anos que foi agredido, mutilado (perdeu parte da orelha) e preso a um poste com uma trava de bicicleta no bairro do Flamengo, área nobre do Rio de Janeiro, acusado de participar de diversos assaltos na região. Esse ato bárbaro recebeu considerável apoio, o que é preocupante, pois perde-se facilmente o critério do que é condenável, ampliando os alvos dos justiceiros. Hoje, o jovem bandido, negro e pobre, é perseguido. Amanhã pode ser o homossexual, o manifestante, o não-cristão.
De fato, as corporações de segurança são precárias, mal preparadas, e o exemplo de violência desmedida vem da própria polícia, cuja função é assegurar o bem-estar e a proteção da população, e não torturar, promover chacinas e abusar do uso da força, como é visto em larga escala no Brasil. Todavia, fazer justiça com as próprias mãos torna-se também um crime, por vezes pior do que aquele cometido pela vítima dos justiceiros.
Em suma, a população, ao invés de se organizar para perseguir e agredir assaltantes, deve fiscalizar constantemente e cobrar dos governantes melhorias nas forças de segurança, no sistema carcerário e na Justiça. Do contrário, podemos retroceder na condição de Estado livre e democrático para uma situação de barbárie.
Comentários do corretor
Excelente texto!! Bom domínio da norma culta, clareza de ideias, coerência entre os argumentos apresentados e o ponto de vista defendido. Parabéns!
Continue exercitando sua escrita!
Competências avaliadas
Item | Nota | |
Adequação ao Tema | Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. | 2.0 |
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea | Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. | 2.0 |
Adequação ao Gênero Textual | Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. | 2.0 |
Adequação à modalidade padrão da língua | Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. | 2.0 |
Coesão e Coerência | Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. | 2.0 |
NOTA FINAL: | 10 |
Saiba como é feito a classificação da notas | ||||
0.0 - Ruim | 0.5 - Fraco | 1.0 - Bom | 1.5 - Muito bom | 2.0 - Excelente |