Punição sem julgamento - Banco de redações

Com (os) últimos casos de justiça com as próprias mãos na cidade do Rio de Janeiro no final de Fevereiro/2014, abre-se um debate que tem como ponto central discutir a atitude de uma pequena parcela da população, cerca de 17% segundo o Data Folha, de “Justiceiros” e seus simpatizantes que sentem-se no direito de julgar, ferir ou tirar a vida de pessoas que cometem crimes ou não.  

Esse grupo que se auto intitulam “justiceiros” é formado geralmente por jovens de classe média ou média alta que dispõem de recursos como educação, moradia, saúde, recursos básicos que nem sempre as “vítimas” de seus atos possuem. Obviamente que não se justifica os atos realizados por esses “criminosos”, porém justificam-se muito menos os crimes mascarados de “justiça”. As atitudes tomadas pelos “justiceiros” geralmente são feitas a flor da pele, tornando uma justiça sem julgamentos ou defesas, apenas punindo.

Esse movimento surge da ineficiência do Estado e da Policia, através da falta de segurança, aumento da violência e ignorância da população, que está “cansada” de sofrer abusos, de crer que “bandido bom é bandido morto”. É importante observar que a maioria das pessoas em condições inapropriadas de vida não teve e não tem oportunidade de mudança, caindo na vida do crime, diferentemente dos jovens com o seu projeto de “limpar o mundo”.

Enquanto o poder judiciário brasileiro for lento, caro, desigual e burocrático, esses justiceiros continuaram continuarão a realizar essa violência sem pudor, respeito e punição. É importante que o Estado invista em politicas públicas que dissipem as mazelas sociais, principalmente através da educação, saúde, direito a moradia, (e) emprego que possibilitem a mudança de perspectiva e realidade da população de baixa renda do país(,) para que o crime não seja uma saída, ilusória, de melhoria de vida(.)