Tem-se noticiado um notável aumento daquela violência que se diz “justa”. Pessoas descrentes do atual sistema judiciário brasileiro têm saído às ruas para tentar fazer justiça com as próprias mãos. A intenção é digna, mas o resultado é desastroso.
Alguns bairros recebem menos atenção policial que outros, seja por limitações financeiras ou por uma menor necessidade de acordo com dados estatísticos. Os criminosos, sempre atentos, percebem a disparidade na fiscalização e começam a praticar mais delitos nos pontos onde o policiamento é menos intenso. Diante da falha do Estado em reverter a situação, algumas pessoas, sentindo-se impotentes através dos meios legais, partem para a ilegalidade.
As atitudes e medidas tomadas pelos autointitulados justiceiros têm variado de humilhações em vias públicas à a assassinatos à luz do dia. Os alvos, que frequentemente são decididos em redes sociais, muitas vezes, não passam por um julgamento adequado. A falta de imparcialidade desses “julgamentos”, frequentemente repletos de rancor, preconceito, desejo de vingança e, até mesmo, puro achismo(,) torna as atitudes dos justiceiros ainda mais hediondas, pois além de punir no lugar do estado Estado, acabam dando-se a liberdade de julgar o próximo como bem entendem. Vivemos sob a proteção do Estado e este também deve promover o julgamento justo e imparcial, baseado unicamente em evidências.
Creio que a solução estrutural para esse tipo de problema esteja em uma combinação entre investimentos em segurança pública e incrementos ao currículo escolar. Para que as pessoas não busquem justiça com as próprias mãos é necessário que a justiça seja feita pelos órgãos competentes. Também é bastante interessante que as crianças aprendam na escola que vingança não é sinônimo de justiça. Uma medida para evitar o problema a curto prazo seria a intensificação da atuação policial nas áreas onde a criminalidade atinge níveis muito elevados e a realização de campanhas públicas que busquem convencer os cidadãos de que a justiça brasileira funciona e que a legalidade é sempre a melhor saída.
Comentários do corretor
Atenção para a pontuação do texto, o uso da crase e o uso de maiúsculas.
Bom texto, explora bem o tema proposto, com argumentos coerentes com seu ponto de vista.
Continue exercitando sua escrita.
Competências avaliadas
Item | Nota | |
Adequação ao Tema | Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. | 2.0 |
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea | Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. | 2.0 |
Adequação ao Gênero Textual | Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. | 2.0 |
Adequação à modalidade padrão da língua | Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. | 1.5 |
Coesão e Coerência | Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. | 2.0 |
NOTA FINAL: | 9.5 |
Saiba como é feito a classificação da notas | ||||
0.0 - Ruim | 0.5 - Fraco | 1.0 - Bom | 1.5 - Muito bom | 2.0 - Excelente |