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Justiça com as próprias mãos?

Enviada em: 07/03/2014

Status:

Corrigida
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Em um país democrático de direito, não cabe aos seus cidadãos aplicarem a lei com suas próprias mãos, pois o Estado é o único que detém o poder de aplicar medidas contra aqueles que transgredirem o ordenamento jurídico. Assim, não pode haver espaço para grupos que queiram praticar a justiça com os próprios punhos.

No Brasil, ocorrem vários crimes que chocam a opinião pública e levantam a discussão: poderia a população aplicar com as próprias mãos a justiça? Essa discussão ocorre, muitas vezes, devido a uma sensação de injustiça que assola o cidadão brasileiro.  Essa sensação é gerada por uma demora do Estado em punir os transgressores da lei e até mesmo na falta dessa punição. Exemplo de impunidade é o caso de adolescentes que infringem a lei, são apreendidos e logo postos em liberdade, voltando, muitas vezes, a cometerem delitos.

Entretanto, se grupos se organizarem para praticarem atos contra transgressores do direito, estariam também praticando crimes em nome de uma justiça ilegítima, pois somente ao Estado, representação da própria vontade de seu povo, é permitido permitida a utilização da força punitiva. Caso se desse legitimidade a esses grupos, o Brasil seria levado à barbárie, pois se permitiria que a violência fosse punida com mais violência. Assim, não haveria direito algum ao povo e o colapso do Estado democrático seria inevitável.

Um exemplo de barbárie aconteceu no Rio de Janeiro, onde um rapaz supostamente cometeu um crime e justiceiros o prenderam a um poste, tiraram-lhe as roupas e aplicaram-lhe a tortura física. Esse ato foi um crime contra a própria dignidade humana, além de ter ofendido o Estado brasileiro, que é fundamentado na lei. Quem garante que o rapaz tenha cometido um crime? Caso tenha cometido, o Poder Público é quem deve puni-lo, assim como deve punir também o grupo de “justiceiros”, pois atentaram contra a própria instituição democrática.

Portanto, não cabe aos cidadãos criarem grupos para aplicar justiça com as próprias mãos. Eles devem rechaçar esses grupos, uma vez que atentam contra os próprios direitos da sociedade. O Poder Público também deve tentar ser mais efetivo ao manter a ordem e ao aplicar as devidas penalidades àqueles que a ela subverterem. 

Comentários do corretor


Bom texto! Com argumentos bem embasados, exemplos de casos que ilustram o tema e ideias coerentes e coesas entre si. 

Houve apenas uma falha relacionada à concordância de gênero (masculino e feminino).

Continue exercitando sua escrita!


Competências avaliadas


Item Nota
Adequação ao Tema Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. 2.0
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. 2.0
Adequação ao Gênero Textual Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. 2.0
Adequação à modalidade padrão da língua Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. 1.5
Coesão e Coerência Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. 2.0
NOTA FINAL: 9.5


Saiba como é feito a classificação da notas
0.0 - Ruim 0.5 - Fraco 1.0 - Bom 1.5 - Muito bom 2.0 - Excelente