O sistema prisional brasileiro é falho, sendo que muitos criminosos escapam impunes das acusações por comprarem sua liberdade por meio de propina, ou mesmo por encontrarem “brechas na lei”. Razões como essas, associadas a à ineficiência dos presídios em punir e reabilitar o criminoso para a vida em sociedade, levam a crer que a justiça não está sendo devidamente aplicada.
Diante dessa suposta impunidade, é compreensível que a população, sentindo-se desprotegida e indignada, clame por justiça. No entanto, isso não é algo que deva ser feito com as próprias mãos, como vêm fazendo muitos civis, que pensam ter o direito de julgar e condenar criminosos, aplicando penas que vão desde insultos à a agressões físicas e apresamentos em postes de luz.
Nessas situações, os “justiceiros” acabam assumindo o papel do Estado, que deveria zelar pela segurança e pelo bem estar da sociedade. Sendo muitas vezes aplaudidos pela população, eles passam a serem vistos como heróis, praticantes de uma forma de justiça que remonta à famosa Lei de Talião: olho por olho e dente por dente.
O fato é que não se vive mais nos tempos da Babilônia, e a Lei de Talião não se aplica aos modelos atuais de civilização e Estado. Vive-se em uma democracia representativa, fundamentada no respeito aos direitos humanos. Portanto, por mais odiosos que sejam os atos dos criminosos, os mesmos não perdem sua condição de Ser Humano; e como tais, precisam ter seus direitos preservados. Isso inclui o direito a um julgamento justo, feito com acesso à defesa e uma pena compatível com seus atos infracionais.
Cabe ao Estado, zelar pela ordem, segurança e integridade social. Se a população não confia na polícia, nem nos métodos jurídicos aplicados, talvez seja a hora de implantar reformas, revisar a Constituição e investir na capacitação dos agentes da lei, para que a presença dos “justiceiros “não seja mais vista como necessária pela população.
Também é fundamental que as pessoas se conscientizem de que a justiça aplicada por conta própria, tende a reverter todo o progresso civilizatório alcançado pelo homem contemporâneo, o que coloca os brasileiros em uma linha tênue entre a civilização e um completo estado de barbárie.
Comentários do corretor
Bom texto! Analisa o tema proposto de forma crítica, coesa, bem estruturada e coerente.
Continue exercitando sua escrita!
Competências avaliadas
Item | Nota | |
Adequação ao Tema | Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. | 2.0 |
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea | Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. | 2.0 |
Adequação ao Gênero Textual | Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. | 2.0 |
Adequação à modalidade padrão da língua | Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. | 1.5 |
Coesão e Coerência | Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. | 2.0 |
NOTA FINAL: | 9.5 |
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0.0 - Ruim | 0.5 - Fraco | 1.0 - Bom | 1.5 - Muito bom | 2.0 - Excelente |