Permitir, mas com limites - Banco de redações

Shopping centers, ambientes destinados ao comércio e ao lazer, costumam oferecer espaços quietos e aconchegantes aos seus clientes. Mas, recentemente, essa imagem foi perturbada em alguns centros de compras por um novo fenômeno social: os rolezinhos.

Ao som do funk ostentação, que promove o consumismo, jovens reúnem-se em centros de compras para cantar, dançar, correr, conhecer novas garotas e fazer mais amizades. O problema provém da dimensão desses encontros: alguns chegaram a reunir alguns milhares de jovens.

Aproveitando-se das brechas que surgem na segurança dos centros de compras, infratores infiltram-se em meio à multidão para roubar. A segurança dos estabelecimentos simplesmente não está preparada para assegurar a diversão de tanta gente. A proibição dos rolezinhos, promovida por alguns shoppings, e a dura repressão policial em alguns eventos foram associadas à classe social e à cor da pele dos envolvidos, trazendo à tona outro problema histórico brasileiro: o racismo. Os rolezinhos, que começaram como um simples encontro de adolescentes, passaram a ter um tom de protesto: a nova classe média, que recentemente teve um significativo aumento do seu poder de compra, quer comprar o mesmo que as classes mais altas compram e deseja poder fazê-lo nos mesmos estabelecimentos.

Uma possível rota para a solução do problema é a limitação do número de participantes dos rolezinhos. Com isso, todos ganhariam: os adolescentes ainda poderiam frequentar os shoppings para se divertir, os lojistas poderiam deixar suas lojas abertas e os centros de compras conseguiriam garantir a segurança de seus clientes.

Precisamos entender que(,) apesar de shopping centers serem capazes de entreter todo mundo, eles não suportam o mundo todo ao mesmo tempo. Os rolezinhos possuem valor cultural e, portanto, não deveriam ser banidos, mas sim aperfeiçoados, de modo que sejam viáveis em estabelecimentos que não foram projetados para suportá-los.