É esse o nosso admirável mundo novo - Banco de redações

A reunião de jovens da periferia, de maioria de cor parda e negra, em shoppings de algumas cidades brasileira, tornou-se tema de grande discussão e de divergências de opinião. Essas reuniões, denominadas por seus membros por rolezinhos, trouxeram a à tona problemas que são vividos cotidianamente, mas que são poucos debatidos e afrontados.

No livro “O admirável mundo novo” de Aldous Huxley mostra uma sociedade dividida em castas, onde as castas inferiores não realizam as mesmas atividades, não usam as mesmas roupas que as castas superiores. Elas foram condicionadas para servir. Nesse mundo criado por Huxley seria de grande estranheza a casta inferior querer se comportar como a casta alfa.

É com essa mesma estranheza que os shoppings, a classe média e os “europeizados”, como diria o sociólogo Jesse de Souza, reagiram diante dos rolezinhos.

Deste modo, essas reuniões que se organizaram por meio de redes sociais e que inicialmente, segundo os próprios organizadores dos roles, não tinham caráter político e de manifesto, ganharam força. Os rolezinhos trouxeram à discussão, questões como a desigualdade social, racismo, violência e consumo.

Porém, muitos dos membros que participam desses encontros desconhecem a importância e o sentido que o movimento ganhou. E de forma consciente ou inconsciente não percebem que esses rolês no shopping nada mais é que tentar se incluir nas classes que os marginalizam.

Contudo, os rolezinhos foram de fundamental importância para que os jovens da periferia conhecessem sua força e como eles podem se mobilizar para questões como educação de qualidade, saúde e cultura.