Rolezinho: fenômeno cultural e social - Banco de redações

A palavra "rolezinho" tomou conta das manchetes em dezembro de 2013 e desde então abriu espaço para inúmeras discussões. Descrito pelos próprios criadores como "um encontro de jovens para se conhecer e se divertir", esses são marcados através das redes sociais e os locais das reuniões são os shoppings.

Algo, aparentemente, comum se não fosse por alguns aspectos. Primeiro, os shoppings são espaços comerciais abertos ao público e por isso não podem fazer distinção de seus frequentadores, impedindo o direito de ir r vir, assegurado pela Constituição Brasileira de 1988, configurando crime de discriminação. No entanto, em manifestações recentes, houve o fechamento de lojas, a intervenção da polícia e, até, medidas mais radicais(,) como a criação de uma multa no valor de 10 mil reais para quem for identificado na hora do "rolezinho" e a barragem da entrada de jovens menores de 18 anos desacompanhados.

Por outro lado, é sabido que, por questões de ordem existem algumas regras a seguir em locais como shoppings centers e quando essas são negligenciadas atitudes devem ser tomadas para conter a situação. No meio desse debate entre diretores de shoppings e defensores do ato estão os chamados "rolezeiros"(,) como se autodenominam, que querem apenas prosseguir com suas reuniões. Moradores de periferia, fazem parte de um grupo em ascensão que almeja o consumo ostentado nas músicas que escutam.

A verdade é que, os "rolezinhos" são uma manifestação cultural e social e(,) como tal(,) não deve ser impedida, já que segundo a Constitução Brasileira " é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independente de censura ou licença". Entretanto, para que esses jovens possam continuar promovendo seus encontros sem tumultos é preciso mais investimento nas áreas de lazer não só das favelas como das cidade no geral, o que foi a queixa de Yasmim Oliveira, uma das fundadoras do evento, em entrevista concedida ao Fantástico.