Desastre inevitável ou negligência governamental? - Banco de redações

Quando vista de longe, por uma ótica da mídia, é difícil imaginar a difícil situação que muitas pessoas enfrentam. Pelo fato de ter se tornado algo relativamente comum em determinadas épocas do ano, as enchentes já não causam o impacto que causavam algum tempo atrás. E esse é um dos problemas mais graves, uma vez que o governo não pode se acomodar diante de um trágico e alarmante problema.

Uma enchente ocorre quando um curso fluvial recebe mais suprimento hídrico, geralmente proveniente das chuvas, (do) que ele é capaz de suportar. Não há meios de controlar a intensidade das chuvas, nem de uma consequente enchente. Mas é possível prevenir, dentro do possível, os estragos causados por elas. Existem inúmeras irregularidades a serem corrigidas, não só do governo, mas também da população, que colaboram para a ocorrência dos casos mais graves.

A raíz deste mal teve seu início na construção das cidades, que ocorreu sem um planejamento prévio adequado. E a urbanização irregular é um dos fatores que mais agrava este quadro. No contexto atual, é possível identificar áreas previamente reservadas com a finalidade de evitar problemas do gênero que não foram respeitadas pelos moradores que ali ergueram suas obras sem a aprovação dos órgãos responsáveis. E analisando por este lado, é um fator que foge ao controle governamental, uma vez que é quase impossível de se detectar todos os casos irregulares dentro de uma cidade de grande porte, onde normalmente há mais casos de acidentes.

No entanto, há casos que chegam ao conhecimento do poder público. E nessa situação, a culpa é transferida aos ombros do governo. Não porque obrigou ninguém a morar em regiões precárias, mas porque não ofereceu opções melhores de moradia. E mesmo tendo ciência da existência de casas irregulares em terrenos inapropriados, nada faz para alterar a situação estatística do contexto.

De qualquer forma, não está tarde para buscar uma saída. E a solução mais plausível seria uma análise fina do território urbano para a identificação de todas as áreas suscetíveis a desastres e o oferecimento de melhores oportunidades de moradia. Quanto ao papel populacional nessa ajuda, caberia a colaboração para deixar o espaço reservado para fins preventivos limpo, não só de construções, mas de todo o lixo em geral.