- Banco de redações

            A 1ª Revolução Industrial foi o grande motor do processo de urbanização, que já tomou uma proporção global. Hoje as grandes cidades são o centro de poder econômico e político de um país. Mas essas metrópoles não são sinônimas de qualidade de vida, muito menos no Brasil.

            O cenário de São Paulo é caótico e estressante. No Rio de Janeiro, a situação não é muito diferente. A mobilidade urbana é crítica. A saúde pública é precária. No entanto, quem tem poder aquisitivo, consequentemente tem acesso a um padrão de vida confortável. Os médicos brasileiros se encaixam nesse quadro. Eles procuram os centros urbanos para ter, pelo menos, acesso a um setor terciário completo, à tecnologia e à inserção global. Fazem uso dos serviços privados. Com isso, as regiões interioranas e as do Norte e Nordeste do país sofrem.

            Há falta de infraestrutura tanto nos hospitais públicos, quanto [sem vírgula] na maior parte das cidades que os abrigam. O número de leitos é pequeno, o atendimento é demorado, faltam artigos básicos. Muitos da classe médica evitam exercer a profissão nesses hospitais porque as condições de trabalho também são precárias.

            Um investimento conjunto em infraestrutura urbana e saúde pública é um caminho viável. Levar tecnologia e qualidade de vida às regiões onde faltam médicos atraíria os mesmos [os atraíria]. Programas como o "fármacia popular" são bons e devem ter continuidade. A remuneração do médico como funcionário público também deve ser um incentivo, mas não o principal. Um discurso que preza pela humanização do tratamento deve ser usado nos centros de formação médica.