Com Jeca Tatu, personagem de sua obra Urupês, Monteiro Lobato denunciou questões sociais ligadas à saúde da população brasileira, assim como a indiferença estatal diante do flagelo, o que acabou resultando em ações pragmáticas. Passado [Passadas]décadas, e evoluído o sistema de saúde pública no Brasil, os novos desafios vão muito além dos antigos. As "doenças" que impedem o avanço da saúde pública de qualidade no país são de caráter gerencial e ético, e não somente financeiro.
É errôneo pensar que todos os flagelos da saúde nacional serão solucionados com altos investimentos. Para Lígia Bahia, diretora da Abrasco, "não é a falta de dinheiro em si que causa essa desvantagem, mas a dificuldade de elencar prioridades no gasto". Custeamentos nem sempre deflagram bons resultados. Os EUA, apesar de investirem 20 vezes mais em saúde que o Brasil, deixam de beneficiar milhões de americanos.
A corrupção também contribui para o retrocesso de uma boa saúde. Recentemente a mídia apontou um esquema em que médicos do SAMU não compareciam no hospital, no entanto, marcavam presença com "dedos de silicone". Com isso, estes foram beneficiados em detrimento dos pacientes não diagnosticados. Esse fato demonstra que a ética profissional, na maioria das vezes, conta mais que uma bela estrutura hospitalar sem médicos à disposição para atendimento.
É possível citar também a resistência de médicos em atender em locais "inóspitos" . Segundo pesquisa do IPEA, o principal problema dos brasileiros que buscam atendimento na rede pública é a falta de médicos. Para tanto, o governo propôs a importação de médicos estrangeiros, o que gerou insatisfação na classe médica. O programa dava prioridade aos médicos brasileiros, no entanto, o Ministério da Saúde conseguiu preencher apenas 3 mil vagas em 13 mil postos abertos. A maior causa disso, seria a resistência da grande maioria dos profissionais em não abandonar seu ambiente acomodado.
Logo, os flagelos que impedem o desenvolvimento da saúde brasileira estão centrados em uma má gestão e na ausência da ética profissional. Para mudar este panorama, faz-se necessária uma reforma na gestão hospitalar, asssim como a punição de profissionais não compromissados. Para tanto, governo e sociedade civil devem debater a melhor forma de reforma, e médicos devem desenvolver uma visão altruísta.
Comentários do corretor
Seu texto abordou o tema proposto e fez considerações muito pertinentes à questão. No entanto, lembre-se de que não basta afirmar, é preciso comprovar e fundamentar. Dessa forma, procure realizar um mais amplo trabalho com os recursos argumentativos (citação, ironia, fatos, dados, exemplos, comparações, contraposições, retrospectivas históricas etc.) para enriquecer seu projeto de texto e sustentar suas colocações.
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Competências avaliadas
Item | Nota | |
Adequação ao Tema | Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. | 1.5 |
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea | Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. | 1.5 |
Adequação ao Gênero Textual | Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. | 1.5 |
Adequação à modalidade padrão da língua | Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. | 2.0 |
Coesão e Coerência | Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. | 2.0 |
NOTA FINAL: | 8.5 |
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