Não se sabe quem está pior no Brasil, os pacientes ou os hospitais. O governo justifica suas falhas culpando a falta de médicos, mas convenientemente se esquece dos outros problemas que se percebe assim que se entra em um hospital brasileiro: além de médicos, faltam-se equipamentos, leitos, remédios [,] bem como boa vontade para resolver esses problemas.
Assim como muitas outras coisas no Brasil, a saúde pública é desigual. Os médicos e os recursos estão distribuídos de forma irregular sobre o território nacional, como indicou o Conselho Nacional de Medicina: 70% desses profissionais estão nas regiões Sul ou Sudeste. Convém destacar que mesmo nessas áreas, onde há maior concentração de médicos [,] a saúde continua caótica. Isso porque, por mais bem intencionados que sejam os médicos, eles não podem trabalhar sem recursos e um hospital bem equipado.
Um retrato dramático e vergonhoso da saúde pública nacional são as infindáveis listas de pessoas que esperam por uma cirurgia no SUS. Em determinados casos, como uma simples cirurgia ortopédica, a espera se estende por, não raro, mais de cinco anos. O SUS, hoje, não é sinônimo de cura, mas sim de sofrimento e angústia.
A importação de médicos cubanos chegou a ser cogitada pelo governo como uma solução para o problema brasileiro, todavia, essa solução mostra-se falha visto que esses profissionais enfrentarão uma enorme barreira idiomática e cultural ao se comunicarem com os brasileiros. Outros questionam a legalidade de seus diplomas, pois esses não são reconhecidos pelas entidades médicas nacionais.
O problema da saúde pública no Brasil é crônico e o único caminho para superá-lo é investir melhor os recursos governamentais que hoje são perdidos devido à burocracia e a corrupção. Abrir mais faculdades de medicina no interior do país ajudaria não só a melhorar a saúde pública como também ajudaria a elevar o nível educacional dos brasileiros. É preciso que o governo defina suas prioridades e aja logo, tanto porque saúde pública é um caso de vida ou morte.
Comentários do corretor
Seu texto apresentou um bom nível de linguagem e fez considerações válidas sobre a problemática imposta pelo tema. No entanto, melhor trabalhe sua linha argumentativa. Lembre-se de que não basta afirmar, é preciso comprovar e fundamentar. Dessa forma, procure realizar um mais amplo trabalho com os recursos argumentativos (citação, ironia, fatos, dados, exemplos, comparações, contraposições, retrospectivas históricas etc.).
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Competências avaliadas
| Item | Nota | |
| Adequação ao Tema | Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. | 1.5 |
| Adequação e Leitura Crítica da Coletânea | Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. | 1.5 |
| Adequação ao Gênero Textual | Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. | 1.5 |
| Adequação à modalidade padrão da língua | Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. | 2.0 |
| Coesão e Coerência | Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. | 2.0 |
| NOTA FINAL: | 8.5 | |
| Saiba como é feito a classificação da notas | ||||
| 0.0 - Ruim | 0.5 - Fraco | 1.0 - Bom | 1.5 - Muito bom | 2.0 - Excelente |