Recentemente, o Governo Federal anunciou o Programa “Mais Médicos para o Brasil”, que estabelece a vinda de profissionais graduados fora do país sem revalidação do diploma, driblando o arcabouço legal. Pela mesma Medida Provisória, 621-2013, busca instituir que estudantes de medicina devem obrigatoriamente prestar serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS) pelo período de dois anos, muitas vezes sem que haja infraestrutura básica e supervisão necessária.
Atitudes imprudentes como essas colocam em risco a saúde da população e por isso têm sido duramente criticadas pelas entidades médicas. Pela [médicas, pela] academia e diversos setores da sociedade civil. Mas, afinal, qual seria a solução para a carência de médicos em regiões remotas?
Encaminhar médicos para locais que não possuem as condições mínimas para o atendimento é jogar dinheiro público pelo ralo. O profissional de saúde sozinho não resolve magicamente a precariedade da assistência pública. Pensar que isso será sanado [sanará] o problema é simplificar algo que é muito maior. No SUS falta infraestrutura, medicamentos, equipe auxiliar capacitada e não apenas doutores. Quem usa sabe muito bem do que estou falando.
Uma alternativa inteligente seria criar um sistema em que os municípios interessados, após se inscreverem no Ministério da Saúde, receberiam a visita de representantes de uma comissão avaliadora – formada por elementos do governo, entidades médicas e sociedades de especialidades – que julgaria se a cidade possui as exigências imprescindíveis para o trabalho do médico. Assim seria possível documentar o retrato do SUS local, o que apontaria os investimentos prioritários.
Dessa forma, a melhoria seria realmente efetiva, porque quando fossem cumpridos os requisitos certamente não faltariam médicos.
Outra opção é formular um programa em que os formandos de Medicina servissem as Forças Armadas e dessa maneira contribuíssem para o SUS. Sempre ponderando se a localidade oferece o suporte físico e a supervisão suficientes para o exercício digno da profissão.
Comentários do corretor
Seu texto abordou o tema proposto e fez considerações pertinentes sobre a questão. No entanto, procure melhor trabalhar com a linha argumentativa de seu projeto de texto a fim de enriquecê-lo. Dessa forma, realize um mais amplo trabalho com os recursos argumentativos (Citação, ironia, fatos, dados, exemplos, comparações, contraposições, retrospectivas históricas etc.). Fuja do âmbito do senso comum!
Competências avaliadas
Item | Nota | |
Adequação ao Tema | Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. | 1.5 |
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea | Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. | 1.5 |
Adequação ao Gênero Textual | Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. | 1.5 |
Adequação à modalidade padrão da língua | Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. | 1.5 |
Coesão e Coerência | Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. | 1.5 |
NOTA FINAL: | 7.5 |
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