Cada qual com sua responsabilidade - Banco de redações

Infelizmente, não é novidade que a situação da saúde pública brasileira está em um nível de precariedade alarmante. Vemos cotidianamente nas mídias que há falta geral de estrutura na saúde. É preocupante que um serviço essencial a qualquer cidadão falhe de forma tão prodigiosa. E nesse caso, a culpa não se concentra apenas no governo [,] mas também se encontra na classe médica.

Em primeira análise, vemos que o artigo da Constituição que diz que a saúde é um direito de todos e dever do Estado [,] e o acesso deve ser universal e igualitário [,] não é cumprido pelo governo que, ao falhar em investimentos nessa área. Investimentos [mal formulado] que não deveriam ser apenas pontuais, como a compra de mais equipamentos, mas também passar pela estruturação sólida da educação básica e superior, responsáveis pela formação dos profissionais que possivelmente atuarão nessa área.

As recentes proposta do governo, como o programa Mais Médicos, apesar de seu caráter emergencial, são necessárias, pois a atual situação da saúde brasileira pede emergência. Mas tais medidas não devem ficar como soluções permanentes, mas sim aliadas a investimentos de longo prazo que trarão uma real melhoria do estágio desse setor, tais como, já ditos anteriormente, investimentos na educação básica e superior.

Mas, deve-se [Mas deve-se] atentar ao fato de que as responsabilidades para a construção de uma boa saúde pública não cabem apenas ao governo, elas também pertencem àqueles que nela atuam. A classe médica tem visível preferência pelos centros urbanos e hospitais particulares, os médicos que optam por esse caminho pregam que nesses locais possuem total estrutura de trabalho, mas a falta de instrumentos de trabalho não parece ser problema [, por exemplo,] para a organização Médicos Sem Fronteiras, que atua em locais onde nem há um local apropriado para atendimento.

Ao que parece, foi colocada, por esses médicos, uma lógica de mercado na profissão [,] pois, ao escolher exercer a profissão apenas onde exista vantagens para si próprio é algo que também é feito por multinacionais quando se instalam em um novo país, esquecendo –se do seguinte trecho do juramento de Hipócrates Hipócrates:] "(...)Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento(...)".

Diante de tais fatos, uma possível solução seria que o governo visse suas recentes medidas apenas como emergenciais e que parte da classe médica olhasse mais além do que seu próprio benefício.