Desgraça do entretenimento televisivo - Banco de redações

Não há como negar que a televisão é um importante instrumento de informação. Mas tal função perde espaço quando comparada a [à] rede de entretenimento que a TV possibilita aos seus telespectadores de forma quase que gratuita e de fácil acesso. Contudo, essa tecnologia torna-se perigosa quando é tratada como única referência de comunicação entre os indivíduos. Torna-se prejudicial quando seu conteúdo não educa, apresentando frequentemente conteúdos dispostos a maximizar espetáculos da barbárie. Somente sendo aliciado pela TV para não dizer que ela estimula o empobrecimento intelectual através da alienação que, muitas vezes, passa despercebida pelo telespectador.

A rede programática da televisão é majoritariamente formada por programas de baixo conteúdo cultural. Eles são, sim, o espetáculo do lixo, tudo aquilo que é inútil perante o intelecto. Não há problema algum em assistir [assistir a] tais programas, já que eles podem funcionar como uma forma de distração. O grande problema está em não assimilar o real do fictício, deixando-se influenciar pelo que é apresentado.

As novelas são o grande exemplo de influência. Baseadas em um roteiro romântico, atendem as [às] expectativas e anseios de quem as assistem, apresentando características do Romantismo do século XIX: são maniqueístas, escapistas, idealizadas, apresentam frequente previsibilidade e final feliz. Assim, as novelas atendem aos interesses do telespectador, que se deixa influenciar pelo que é passado. Para ele, o fictício influencia sua vida. Não apenas isso, mas a valorização da barbárie faz parte da programação. O indivíduo valoriza o agressivo e toma como humorístico a desgraça alheia. E essa improbidade leva a grandes níveis de audiência. Enquanto houver audiência, conteúdos sem cultura alguma ainda persistirão em serem transmitidos.

Percebe-se que o mal da televisão é não propiciar ao seu telespectador o julgamento do conteúdo de forma reflexiva, fazendo-o opinar criticamente sobre o que é passado. Reverter essa situação é, basicamente, propiciar ao indivíduo entretenimento de qualidade, estimulando principalmente a cultura e a educação. O conteúdo não pode ser monopolizado, já que é isso que deteriora a qualidade da televisão, mostrando apenas, de forma subjetiva, os interesses de quem disponibiliza o conteúdo televisivo.

A televisão, em suma, é instrumento de grande alienação, manipulando telespectadores para o senso comum. Não estimula o pensamento crítico e, com isso, é tida como formadora de mentes ignorantes, mentes não pensantes. Apenas com uma significativa melhora na grade televisiva é que o indivíduo será levado a refletir criticamente. A TV pode servir, com certeza, como instrumento revolucionário. Só dependerá da criticidade do povo e sobre o que ele realmente julga ser televisão de qualidade.