Um transplante chamado renovação - Banco de redações

O ano de 2013 já se torna um marco na história, não só da igreja católica, como também da comunidade cristã ao redor do planeta. Isso porque o até então papa Bento XVI, líder da igreja católica no mundo, tomou uma atitude, no mínimo, rara: ele renunciou ao cargo de papa (a última vez que um papa renunciou a seu cargo foi em 1415, só para salientar), pois, segundo ele, já não mais podia cumprir as tarefas a ele destinadas, em decorrência de sua avançada idade.

Fato é que tal atitude pode ser interpretada de duas formas diferentes: a primeira delas aponta a coragem e humildade do papa como forma de chamar a atenção da comunidade católica, cada vez mais alienada aos vícios de uma sociedade globalizada e moderna. A segunda forma vê a atitude do papa como covarde, por não enfrentar efetivamente os problemas enfrentados pela igreja (denúncias de pedofilia praticadas por clérigos, perda significativa do numero de fieis [número de fiéis] ao redor do mundo, corrupção, entre outros).

Embora a igreja esteja passando por um dos momentos mais delicados de sua existência, onde qualquer decisão é crucial em seu futuro, a renuncia [renúncia] do papa jamais pode ser entendida como covarde. Muito pelo contrário. Covardia seria continuar como papa sem tomar atitudes que beneficiem a igreja, correndo o risco de perder ainda mais fieis. A atitude foi corajosa, pensada e feita para que a igreja se reinvente, se fortaleça [fortaleça-se] ao se renovar.

Diante de tudo isso, a reflexão que deve ser feita não é se o ato do papa foi corajoso ou covarde, mas sim de que forma a igreja se renovará e lidará com os novos tempos em que se encontra. Como o próprio Bento XVI disse, a igreja parece ter se tornado vazia por dentro, paralisada por uma crise que ameaça sua saúde e faz depender de transplantes. Transplante este chamado de renovação.