A Faraônica Ilusão - Banco de redações

A transposição do rio São Francisco é uma verdadeira ofensa ao nordeste e ao homem sertanejo. A defesa utiliza argumentos econômicos e políticos, através  da agricultura e o uso de hidrelétricas, nunca citam as consequências e continuam a deixar nordestinos sofrendo com fome sede [e sede] na seca. Deixando em evidência que o projeto não é a melhor solução para o problema nordestino.

Todo e qualquer tipo de mudança ambiental pode trazer consequências negativas ao homem. Aziz Ab' Saber defende a ideia de que "Não se sabe ao certo o que acontecerá com a dinâmica climática e a periodicidade do rio que vai perder água". Diante disso, a natureza é mais uma vez colocada em terceiro plano na perspectiva de políticos que não se importam quanto ao bem da sociedade. O projeto iniciou com planos em 4,7 bilhões e já chega a 8,2 bilhões, com 734 mil irregularidades, comprovando a falta de organização e elaboração, que desmascaram o real desinteresse político em relação à questão da seca.

Obras majestosas atiçam pessoas a uma ilusão, ludibriando-as e fazendo-as apenas ver o que querem. A retirada de uma porcentagem do rio e sua distribuição, na verdade, trarão problemas futuros, quando o que foi retirado do “Velho Chico” representar sua extensão total em períodos de seca, além da possível desigualitária distribuição, que se mostra existente desde o princípio da história do  país. Todos esses tipos de promessas surgem a partir de anos de miséria, descaso e angústia nordestina, desenvolvida a partir do costume mutualístico entre a água no sertão e uma eleição forjada.

Existem muitas outras formas de combater-se um inimigo, a maior seria conhecendo-se e unindo-se a ele. Podendo ser realizado através do gerenciamento igualitário de recursos hídricos do semiárido, a construção de uma cultura de adaptação e convivência com a seca,  e a finalização de obras inacabadas. O fato de nenhuma dessas sugestões serem seguida [seguidas] pode comprovar que a "obra faraônica" não possui o dito objetivo.