O Governo Federal, em 2005, aprovou o projeto de transposição do rio São Francisco. Este tem como principal objetivo solucionar o problema de escassez hídrica do semi-árido [semiárido] nordestino, através da construção de dois canais que levarão água para uma das regiões mais secas do país. O fato é que a obra se tornou um tema polêmico e possui tanto defensores ardorosos, quanto [ardorosos quanto] críticos ferrenhos.
A critica, que é feita por especialistas como o geógrafo Aziz Ab'saber, destaca que o projeto, além de não prever os impactos ecológicos, econômicos e sociais, não irá solucionar o problema da seca, pois beneficiará apenas alguns produtores abastados da região. Outro ponto, diz [ponto diz] respeito ao volume de água que será retirado do rio, pois a porcentagem de 1,4 % poderá alterar o equilíbrio necessário para a produção de energia nas usinas de Paulo Afonso, Itaparica e Xingó.
Na página oficial do Governo na internet, o texto que explica o projeto enfatiza que só a possibilidade de levar água para mais de dez milhões de nordestinos já é justificativa suficiente para realizá-lo. Os defensores, como o pesquisador Paulo Canedo, ressalta que o projeto contém ações de revitalização, saneamento básico, recuperação da mata ciliar e construção de barragens para regularizar o volume do rio.
A verdade é que, passados sete anos do início das obras, o que se percebe é que o sonho acalentado por muitos nordestinos de não sofrerem mais com as mazelas da seca está longe de se realizar. Em reportagem especial para o quadro "Brasil: Quem Paga é Você" do fantástico [Fantástico], a repórter Sônia Brigi mostra o "arrastar" de uma das maiores obras de infraestrutura do país e concluí que a transposição ou a "integração", como prefere o governo, é uma obra mal planejada, mal executada e possivelmente superfaturada.
Logo, a viabilidade ou não do projeto cabe aos estudiosos, que apesar de todos esses anos não chegaram a um consenso. A nós, cidadãos, cabe exigir do Governo explicações quanto ao emprego do dinheiro público e nos solidarizar com àqueles [aqueles] que já sofrem com a maior seca dos últimos quarenta anos.
Comentários do corretor
Seu projeto de texto desenvolveu-se de forma clara e precisa, além de ter feito boas considerações acerca do tema proposto. No entanto, para chegar à excelência, é preciso extrapolar o recorte temático, saber mobilizar diferentes vozes e realizar um rico e consciente trabalho com os recursos argumentativos (citação, ironia, fatos, dados, exemplos, comparações, contraposições, retrospectivas históricas etc.).
Competências avaliadas
Item | Nota | |
Adequação ao Tema | Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. | 1.5 |
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea | Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. | 2.0 |
Adequação ao Gênero Textual | Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. | 2.0 |
Adequação à modalidade padrão da língua | Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. | 1.5 |
Coesão e Coerência | Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. | 1.5 |
NOTA FINAL: | 8.5 |
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0.0 - Ruim | 0.5 - Fraco | 1.0 - Bom | 1.5 - Muito bom | 2.0 - Excelente |