Com o governo de Lula [,] deu-se início ao grande projeto de transposição do Rio São Francisco o qual demanda impactos ambientais e socioeconômicos. Apesar de prevista sua conclusão para 2012, em pleno 2013 e, no governo de Dilma Rousseff, ela encontra-se inacabada e sem uma análise de custo consistente. Além disso, essa obra ainda não conseguiu convencer aos vários segmentos da sociedade quanto aos possíveis benefícios sociais e econômicos para a região.
O seu objetivo, segundo seus executores, é o abastecimento de açudes e rios intermitentes, nos eixos norte e leste do nordeste, com as águas do São Francisco, beneficiando milhões de nordestinos desprovidos de recursos hídricos. Entretanto tal proposta contrasta com a realidade nordestina, ou seja, com os obstáculos morfoclimáticos, políticos, socioeconômicos presentes nessa região. O sertão nordestino abrange uma extensa área de 750000 Km2 com clima semiárido e relevo acidentado, onde a desigualdade social juntamente com descaso político contribuem para agravar os efeitos das secas.
O curso das águas transpostas encontrará um ambiente de alta evaporação e de relevo acidentado no qual será gasto energia para o bombeamento de água para locais com desníveis que chegam a 300 m de altitude. Essa situação se agrava nos períodos de estiagem, quando a vasão do São Francisco é menor e, por conseguinte, a produção de energia da barragem de Paulo Afonso. Há também os problemas ambientais já existentes como a poluição, desmatamento seguido do assoreamento do rio os quais podem ser agravados com a transposição.
Os possíveis benefícios à população são questionáveis quando observado o histórico político de combate à seca no sertão. A falta de água e as desigualdades sociais sempre foram ferramentas de obtenção de influência política e recursos públicos. Como as obras faraônicas de açudes, intermináveis, e de sua construção em propriedades privadas. Em suma, percebe-se a falta de consistência da transposição do Rio São Francisco quando analisado a relação custo x benefício, os impactos ambientais e, a [e a] solução dos problemas socioeconômicos do Sertão nordestino.
Comentários do corretor
Seu projeto de texto abordou o tema e fez considerações válidas. No entanto, não houve extrapolação do recorte temático para levar seu texto à excelência. Mobilize diferentes vozes e realize um rico e consciente trabalho com os recursos argumentativos (citação, ironia, fatos, dados, exemplos, comparações, contraposições, retrospectivas históricas etc.) para enriquecer sua produção! Sucesso!
Competências avaliadas
Item | Nota | |
Adequação ao Tema | Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. | 1.5 |
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea | Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. | 1.5 |
Adequação ao Gênero Textual | Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. | 1.5 |
Adequação à modalidade padrão da língua | Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. | 1.5 |
Coesão e Coerência | Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. | 1.5 |
NOTA FINAL: | 7.5 |
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0.0 - Ruim | 0.5 - Fraco | 1.0 - Bom | 1.5 - Muito bom | 2.0 - Excelente |