É de 1988 a nossa atual constituição. E é ela a primeira a universalizar completamente o voto. Todos com mais de dezesseis anos podem votar. Porém, em virtude do cenário político brasileiro ante à corrupção e demagogia disseminadas, uma boa parcela da população opta por anular o voto como forma de protesto.
O que antigamente era um direito somente vislumbrado pela população, o voto, hoje, é uma grande conquista da nossa sociedade. Precisamos vencer duros regimes totalitários para, enfim, dizer que vivemos em um país democrático e ter o livre arbítrio de escolher nossos representantes. Porém, o direito do voto acabou por ser distorcido, e, [distorcido e,] hoje, ganhou sinônimo de obrigação. Os candidatos não têm de conquistar nossos votos. Bastam promessas de pleiteadores com boa retórica para sermos levados a dar nosso voto. Não tem escolha. Ou votamos ou ficamos em dívida com o Estado.
Diante desse quadro, o voto nulo ou em branco, é [branco é] a única forma que o brasileiro encontrou para não ser conivente com a retrógrada política brasileira. A política do clientelismo, das promessas e da corrupção. Vemo-nos de mãos atadas, impotentes diante da previsível política do nosso país, que a cada dia nos envergonha e revolta.
O voto consciente de que tanto se fala, só [fala só] terá sua plenitude a partir do momento que se acabar com a obrigatoriedade. É até paradoxal falar em democracia de sufrágio compulsório. Desta maneira, à maneira de [que] ocorre nos Estados Unidos, os políticos suariam para conquistar nossa confiança. E, somente [E somente] as pessoas realmente preocupadas com o futuro do país e conscientes encarariam as urnas nas eleições. Acabaríamos com o voto por simples ato de votar.
Vemos que o voto nulo é uma forma de protesto ante a notória política brasileira de interesses pessoais. Mas que não tem efeito enquanto continuarmos com este modelo eleitoral. O fim da obrigatoriedade, assim como do financiamento público em campanhas eleitorais diminuiriam essa estatística de protesto, levando o Brasil a uma democracia plena e mais consciente.
Comentários do corretor
Seu projeto de texto abordou o tema e fez considerações válidas. Contudo, não houve extrapolação do recorte temático nem fuga ao óbvio. Amplie seu nível de leitura para aprimorar sua percepção crítica dos fatos e procure realizar um rico e consciente trabalho com os recursos argumentativos (citação, ironia, fatos, dados, exemplos, comparações, contraposições, retrospectivas históricas etc.).
Competências avaliadas
Item | Nota | |
Adequação ao Tema | Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. | 1.5 |
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea | Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. | 1.5 |
Adequação ao Gênero Textual | Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. | 1.5 |
Adequação à modalidade padrão da língua | Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. | 1.5 |
Coesão e Coerência | Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. | 1.5 |
NOTA FINAL: | 7.5 |
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