Em ano eleitoral, as disputas interpartidárias são acirradas, coligações são formadas e novas promessas são feitas. Instaura-se um circo, na qual a política é a principal piada e os candidatos são os palhaços, os quais se ocupam em entreter a passiva plateia, a sociedade. Enquanto essa se distrai nesse “espetáculo” – as eleições –, nos bastidores a democracia prepara-se para andar na corda bamba. A situação política no Brasil caracteriza-se historicamente pela corrupção, e atualmente, [corrupção e, atualmente,] a sociedade tenta encontrar maneiras de se contrapor a isso, tais como o voto nulo. Porém, esse é apenas mais um ato de passividade diante da conjuntura política vigente no país.
A apropriação privada de bens públicos no Brasil remete ao Período Colonial e perpassa [Período Colonial, perpassa] pela Velha e Nova República e pela Ditadura Militar. A sociedade está acostumada a resignar-se, a gerar indignados comentários acerca de como o dinheiro público é desviado e não tomar uma iniciativa para mudar essa realidade. Mostra-se, portanto, passiva, mera expectadora.
Chegando as eleições, os “cidadãos” decidem votar nulo como forma de protesto e descrença na política no país. Porém, não percebem que essa é mais uma atitude que contribui para a manutenção da passividade como característica marcante do cidadão brasileiro.
Há quem diga que o voto nulo é uma maneira de pressão política, mas não há nenhum fundamento ideológico consistente que prevaleça sobre a importância de se participar da escolha de representantes. Não se deve anular o voto porque esse direito que transcende o simples gesto de votar: está na pesquisa do passado político dos candidatos, na participação ativa em debates, na promoção de eventos que façam renascer nos cidadãos a vontade política.
A cidadania é exercida, pois, não apenas nas eleições, mas também antes e depois delas. A Lei da Ficha Limpa – um projeto civil – representa uma conquista cidadã. Entretanto, a passividade da sociedade a impede de buscar maior atividade em prol do fim da corrupção, e o descontentamento geral com a política reflete a falta de mudanças concretas. E nesse ínterim, o “espetáculo” eleitoral prossegue com a piada da política na qual a plateia vê não graça.
Comentários do corretor
Seu projeto de texto estabeleceu uma boa análise da questão proposta. Contudo, melhor trabalhe a parte argumentativa de sua produção. Não basta afirmar, é preciso comprovar e fundamentar. Dessa forma, procure realizar um rico e consciente trabalho com os recursos argumentativos (citação, ironia, fatos, dados, exemplos, comparações, contraposições, retrospectivas históricas etc.).
Leia e produza sempre!
Competências avaliadas
Item | Nota | |
Adequação ao Tema | Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. | 1.5 |
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea | Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. | 2.0 |
Adequação ao Gênero Textual | Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. | 1.5 |
Adequação à modalidade padrão da língua | Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. | 2.0 |
Coesão e Coerência | Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. | 1.5 |
NOTA FINAL: | 8.5 |
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0.0 - Ruim | 0.5 - Fraco | 1.0 - Bom | 1.5 - Muito bom | 2.0 - Excelente |