Votar nulo para uma reconfiguração social - Banco de redações

A corrupção em nossa nação encontra-se em um estado mais que alarmante. As eleições seriam, como então é seu sentido em qualquer sociedade democrática, o espaço social democrático que os cidadãos teriam para realizar mudanças. Mas, como acreditar na transformação da estrutura social numa época em que os valores justos estão escassos? A descrença por qualquer mudança impulsiona o voto nulo.
Votar nulo pode sim significar a busca por uma ruptura das tensões que abarcam a nossa sociedade atualmente. É claro que precisa ser um ato fruto de uma reflexão e consciência política presente, ou seja, em volta de uma criticidade que vá além da ideia de não votar em nenhum candidato simplesmente por não querer ou não achar importante. Defende-se aqui, que [aqui que] o voto nulo deve fazer parte de uma reivindicação social maior que vá a confronto da lógica política atual. Votar nulo nessa perspectiva deveria representar a negação por mais corrupção, a exigência por maior clareza nas propostas dos candidatos, a posição de um cidadão que cansou de não ser representado, e [,] por fim, a luta por uma reconfiguração no cenário político.

Portanto, o voto nulo pode contribuir, se for uma manifestação de cunho social, para que se inicie um processo de reorganização da política no Brasil. Essa manifestação concorreria para informar que os cidadãos não estão alheios a [à] precariedade da situação política atual, e que querem realizar mudanças efetivas. O voto deve ser o reflexo de uma sociedade verdadeiramente democrática representativa, o que está longe de ocorrer aqui. O voto deve ter valor quando as causas pelas quais lutam os candidatos forem para o bem comum e não para fins específicos de um grupo. Assim, o eleitor deve votar nulo quando essas questões começarem a lhe incomodar, e nutra-se nesse memento [momento] a necessidade por uma ressignificação social para a construção de novos valores e interesses, que por sua vez se alinhem a uma sociedade democrática.