Direito precioso usado com consciência - Banco de redações

Com a verdadeira tempestade de escândalos que a nossa democracia tem passado, com episódios que vão desde dinheiro escondido na cueca até falcatruas em vários ministérios do governo, é compreensível a desesperança e o receio com que a sociedade passou a enxergar a política. A partir disso, o voto nulo tem sido adotado como forma de protesto, e a “não escolha”, foi  [sem vírgula] a opção de 7 milhões de brasileiros nas últimas eleições.
Inicialmente, para votar nulo é necessário, antes de qualquer coisa, saber o que isso realmente significa numa eleição. Muitos se enganam, e acreditando em campanhas e boatos, anulam seus votos se [sem] pensar ou sequer saber as consequências. Como na contagem dos votos são levados em conta apenas os que são válidos, isto é, excluem-se brancos e nulos, se a população esclarecida resolve votar nulo, uma minoria de pessoas alienadas são capazes de decidir sozinhas o resultado da eleição.
Além disso, é preciso que o eleitor tenha consciência de quão complexa foi a construção da democracia atual. Milhares de pessoas lutaram pelo direito do voto, de modo que, votar [que votar] nulo apenas por preguiça de pensar ou porque isso tornou-se moda, é jogar fora um direito que levou muitos anos para ser conquistado. Podemos ter como exemplo as Diretas Já, movimento que levou milhares de pessoas às ruas, na luta por eleições diretas para presidente.
Por outro lado, quando não se aceita a proposta de nenhum candidato, o eleitor tem o direito de não escolher ninguém para dar o seu voto. Isso é melhor do que vendê-lo, ou escolher o candidato “menos ruim”. No entanto, é essencial que se conheça os planos e propostas daqueles que estão pleiteando o cargo, dando uma chance para os que realmente querem trabalhar em prol da sociedade.
Dessa forma, votar nulo é uma decisão que precisa ser tomada com consciência, sabendo que as consequências são sérias e muitas vezes irreversíveis. O eleitor precisa ser a diferença que quer ver, e não seguir, por pura preguiça, a teoria do “deixa a vida me levar” de Zeca Pagodinho. Eleições são oportunidades preciosas, e ninguém sensato joga pérolas fora.