Muitas pessoas, às vésperas das eleições, ainda não escolheram seus candidatos. E, por acreditarem que todos são iguais, ou que nenhum deles merece a confiança de um eleitor consciente, muitos optam por simplesmente anular seus votos. Mas votar nulo é um ato consciente de protesto ou uma simples forma de abrir mão de seu direito de voto?
De acordo com o TSE, mesmo que a maioria dos votos para deputados federais, estaduais e senadores fosse nula, ainda assim os candidatos tomariam posse, pois valem apenas os votos válidos. Nas eleições para a presidência e o governo do Estado [estado], há duas leis contraditórias: na Constituição de 1998 está escrito que só valem os votos válidos, assim como no caso dos deputados e senadores. Porém, o Código Eleitoral de 1965 diz que, nesse caso, há anulação da votação se mais da metade dos votos for nula. Se isso ocorrer, a situação seria julgada pelo TSE e pelo STF, que decidiriam a contra [decidiriam contra] ou a favor da anulação da votação.
Porém, o voto nulo tem pouca importância como protesto. É difícil diferenciar quais votos foram nulos propositalmente dos que decorreram de erros ou desinformação, principalmente na era das urnas eletrônicas. Além disso, os políticos pouco se importam com a opinião dos eleitores, ainda mais se eles forem a minoria (atualmente, cerca de 10% dos votos são anulados).
Se os cidadãos conscientes e responsáveis optarem por votar nulo, então a escolha dos candidatos ficará por conta dos eleitores mais desinformados. De acordo com o IBGE, mais de 30% dos brasileiros não sabem quem é o governador do seu estado, e 20% não sabem quem é o presidente da República. E provavelmente haverá candidatos ainda menos capacitados que seus eleitores exercendo algum cargo político (como é o caso de Tiririca, que teve inclusive que fazer um teste para provar ser alfabetizado).
Há outras maneiras de mudar o rumo da política que não seja votando nulo. Anulando o voto, facilita-se a vida dos políticos que se pretendia criticar, fazendo com que eles precisem de menos votos para assumir o poder. Além disso, o voto, um direito conquistado a duras penas, fica perdido, se for anulado. Isentar-se da escolha não é o melhor modo de definir o rumo do país. Como disse Marco Aurélio Mello, presidente do TSE, “O voto nulo só beneficia os que cometeram desvios de conduta no exercício do poder”.
Comentários do corretor
Seu projeto de texto atendeu à proposta, foi bastante informativo e fez boas considerações. Porém, não houve extrapolação do recorte temático. Procure realizar uma análise crítica da questão, extrapole o âmbito informacional para enriquecer sua produção. Procure também realizar um rico e consciente trabalho com os recursos argumentativos (citação, ironia, fatos, dados, exemplos, comparações, contraposições, retrospectivas históricas etc.).
Sucesso!
Competências avaliadas
Item | Nota | |
Adequação ao Tema | Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. | 1.5 |
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea | Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. | 1.5 |
Adequação ao Gênero Textual | Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. | 2.0 |
Adequação à modalidade padrão da língua | Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. | 1.5 |
Coesão e Coerência | Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. | 1.5 |
NOTA FINAL: | 8 |
Saiba como é feito a classificação da notas | ||||
0.0 - Ruim | 0.5 - Fraco | 1.0 - Bom | 1.5 - Muito bom | 2.0 - Excelente |