Meu voto vale um país melhor - Banco de redações

   O direito ao voto popular no Brasil é muito recente. No período imperial [,] para se eleger deputados e senadores [,] era preciso que o eleitor tivesse uma renda anual muito alta, o que só era possível aos mais ricos. Durante a República, proclamada em 1889, o direito ao voto livre era exclusivo para homens maiores de 21 anos e alfabetizados. Entretanto, os eleitores eram obrigados a votar segundo a vontade dos coronéis [,] o que deu nome ao chamado “voto de cabresto”. As mulheres brasileiras votaram pela primeira vez em 1932, sendo que analfabetos e maiores de 16 anos somente  [somente começaram a votar] a partir da constituição de 1988. Inclusive após um dos piores momentos da nação brasileira, a ditadura militar. Um longo conjunto de anos marcado por violência e repressão da liberdade individual. A história mostra a longa caminhada e as dificuldades do sufrágio popular. Hoje [,] o voto é símbolo de liberdade, mas também de muita contrariedade.

   A importância do voto não consiste, tão somente, em eleger candidatos. Ele faz parte de um processo maior de discussões e debates que configura o que chamamos [chamamos de] democracia representativa. O voto nulo [,] assim como o voto em figuras personalistas da televisão, dos esportes e do humor [,] está mais próximo de um ato de passividade do que de uma forma válida de protesto. Antes de tudo, é necessário compreender a significação do voto. Votar, a própria palavra se auto explica [se explica], é passar confiança, acreditar. Mais do que isso, é por meio do voto que se elege quem cuidará da sociedade e de nós mesmos. Dependemos de vários serviços públicos: saúde, segurança, educação, saneamento básico, lazer [,] entre outros. Sendo que o bom funcionamento de serviços como esses dependem daqueles que elegemos. Encarar o voto como o nosso próprio bem estar [bem-estar] social é uma das melhores formas de votar.

   O maior símbolo da democracia brasileira também abre possibilidades para o debate, a crítica e a discussão dos problemas da sociedade. A eleição, encarada por muitos como uma disputa, é uma forma de se fazer valer a voz do cidadão, tantos anos reprimida por pressões e exclusões. A própria democracia em sua essência se resume no ato de votar. Não ao sufrágio sem crítica, mas ao voto consciente ditado por propostas bem fundadas e com a sociedade como um todo exercendo pressão sobre a política.
   Dessa forma, o voto nulo não é aquele no qual nos posicionamos neutro diante da urna. A falta de envolvimento político é o verdadeiro voto nulo. A política é reflexo da sociedade. Uma democracia representativa não é nenhum idealismo ou utopia é a verdadeira necessidade que precisamos alcançar no Brasil.