Será que um dia perceberemos o quão fúteis somos? - Banco de redações

Vivemos numa época em que o consumo domina todo o mundo: estabelece suas leis, nomeia seus soldados e subjuga seus excravos. Fomos rebaixados a um nível em que nossa capacidade de raciocínio e os sentimentos equiparam-se ao dos animais: não somos nada aos olhos dos capitalistas além de seres vazios que trabalham tal qual animais trabalham em função de seus donos. Esquecemos da família, dos amigos, da convivência social, enfim, esquecemos das únicas coisas que podem trazer a felicidade plena e que são acessíveis a todos, pois o sentimento de uma pessoa não se compra, se conquista [conquista-se] a cada dia.
Quantas vezes a correria do dia a dia não nos deixa perceber os pequenos detalhes em nossa volta, como um amanhecer ou pôr do sol, o barulho que a brisa faz quando nos toca, o barulho da chuva batendo na janela. Na verdade, o que nós sempre queremos é estar em lugares onde haja tumulto, correria, porque assim nos distraímos e nunca olhamos para dentro de nós mesmos: os sentimentos, os defeitos e também as qualidades. Nós não sabemos mais quem somos!
Nesse sentido, o consumo nos serve para ocupar a cabeça: pensar em qual roupa vai usar, se tem dinheiro ou não para comprar coisas novas, o quanto terá de trabalhar a mais para conseguir realizar os desejos de consumista.
Os pais de hoje em dia não acompanham mais o crescimento de seus filhos, o desempenho escolar; quando muito um dia no final de semana [semana, ] e o que acontece é que cada um fica para um lado, não há assunto entre dois estranhos. Os anos passam, o dinheiro vai embora, os filhos também. Enfim [Enfim, ]a aposentadoria traz o tão temido silêncio interior que nos faz refletir sobre quem somos, e talvez [somos. Talvez, ] seja por isso que os mais velhos parecem ser sábios, parecem entender a vida depois de tanto apanhar dela.