Um pequeno passo para mudanças - Banco de redações

Há quase três meses perdura a greve na maioria das faculdades federais. O protesto de funcionários e professores visa melhores salários e planos de carreira, entre outras diversas reivindicações. De fato todos devem reclamar seus diretos, principalmente o proletariado no geral, não somente o das fábricas. Porém, na esfera pública, essas greves “expõem feridas” que passam a ser sentidas por toda a população, questionando a relevância do movimento devido sua “marginalização” pelo governo.

Greves e protestos, fracassados ou vitoriosos, existem aos montes, mas o mais importante são essas tentativas, os gritos por melhoras, o inconformismo, pois mantem [mantém] acesa a fagulha da luta pelos direitos trabalhistas. Entretanto, a greve por si só não muda tudo, ela é só mais um pequeno fator colaborativo, representando a vontade de mudar alguma coisa num quesito maior, no caso, melhora no sistema educacional; mesmo o governo omitindo-se à paralização das principais faculdades no país, só propondo um primeiro acordo após pouco mais de um mês de greve.

A educação não tem prioridade no Brasil. E ainda difunde-se que o mínimo feito já é suficiente, ao contrário. A ampliação do sistema de cotas, cobre [cotas cobre] o problema com remendos mal feitos à curto prazo; e agora a paralização, só reforçam [prazo, e, agora, a paralização, que só reforçam] este sofrível cenário onde os difusores de conhecimento, chamados professores, batalham dia a dia para ganhar o seu salário. Salário este indigno de uma profissão tão preciosa seja no primário ou na faculdade, ainda mais nesta última, onde doutores e mestres estão longe de equipararem-se salarialmente a senadores, deputados, que por sua vez chegam a ganhar mais até que a presidente, sendo que alguns sequer alcançaram esse nível de escolaridade. As paralizações não buscam somente benefícios materiais, buscam reconhecimento tanto do governo quanto da sociedade porque um profissional motivado agrega um grande valor ao serviço, melhorando cada vez mais o ciclo da aprendizagem.

Em suma, há um longo caminho a ser percorrido pela educação brasileira. Não será essa paralização sozinha que resolverá todos os problemas educacionais. Essa luta deve permanecer contínua e unida com professores, alunos, a sociedade no geral, votando, protestando, pressionando as lideranças. Com certeza [certeza] mais greves virão para requerer direitos e também para que a sociedade olhe com mais atenção e agradecimento à esta [a esta] classe.