Nem mesmo o mais apaixonado - Banco de redações

A nação necessita de servidores públicos dedicados, que cuidem da administração dos bens comuns e sirvam à sociedade. Sem eles é difícil imaginar progresso. E é justamente por terem consciência da importante classe ocupada que, através do movimento grevista, lutam por melhorias. Assim, será que a greve é, realmente, um instrumento efetivo nesta luta?

A resposta poderia ser negativa caso fosse devidamente cumprido o que está na Constituição de 1988. Nela, o servidor público tem direito ao reajuste salarial todo ano, porém, o administrador público, único responsável para evitar as greves, insiste em não repassar tal obrigação. Nesse sentido, a inflação aumenta chegando a um ponto em que o salário perde o poder aquisitivo. É pela situação ser tão consequente assim, que, neste ano de 2012, a paralização na maioria das 57 instituições teve início antes do encerramento do primeiro semestre.

Tudo isso é resultado de um fator: corrupção política. E como existe tanto desse mal na educação pública, a única saída dos servidores deve ser a greve. Deve ser esta, pois antes de tudo são educadores pra vida, os quais necessitam transparecer o verdadeiro descaso passado pelo país. Além do reajuste salarial, o governo deveria investir na capacitação dos proficionais [profissionais] da área, bem como melhorar as estruturas escolares para amenizar a dívida que possue [possui] com o setor educacional público e diminuir as desigualdades. Um fato confirmante da disparidade existente entre o campo privado e público do ensino brasileiro, foi [brasileiro foi] o resultado do Enem 2010. Segundo a Inep, [o Inep] das 100 melhores escolas classificadas nesse processo seletivo, cerca de 13 eram públicas.

Essa é uma realidade absurda, na qual, deveria [a qual deveria] enfatizar o salário desprezado daqueles que a movem. Há quem argumente que os servidores de Estado gozam de certos privilégios negados aos trabalhadores comuns, como estabilidade no emprego, salários mais altos, além de estarem protegidos por um regime previdenciário especial. Porém, diferente dos outros, o servidor público deve ter exclusividade no serviço e não pode exercer outra atividade remunerada.

Diante do exposto, observamos que a greve é uma mobilização em prol da educação pública. Algumas melhorias, pois, só foram possíveis através dela, já que nem mesmo o professor mais apaixonado pela profissão é capaz de aceitar a perda do poder aquisitivo de seu salário; situação essa acarretadora da desvalorização da profissão de educador, uma vez que provoca temor nos atuais estudantes e possíveis futuros servidores públicos.