Para se construir a igualdade humana, a sociedade conheceu a ideologia Iluminista, no século XVIII, na qual todos os seres nascem livres e iguais em dignidade e direitos, segundo Kant. Hoje, existe a questão das cotas raciais, gerando a pergunta: isto despreza aquela igualdade trazida pelo Iluminismo?
Quando éramos colônia de Portugal, as leis faziam discriminações pela cor, origem, religião e cultura. Porém, desde a primeira Constituição do Brasil, 1824, sob influência iluminista, a igualdade tem sido declarada e reitorada nas cartas. A de 1988 reafirma essa igualdade humana, sem a hipótese da classificação racial para exercício de direitos. Então, implantar o sistema cotista, é [cotista é] ir contra a própria constituição do país, é ir contra ideias que sustentaram igualdade, é uma forma de "mascarar" o preconceito que, por ventura, ainda existe.
Nesse sentido, cotas raciais é um assunto que já não deveria mais nem ser discutido. Em 2011, pois, o Congresso Nacional aprovou uma versão final do Estatuto de Igualdade Racial, na qual, a solução encontrada foi retirar os pontos sobre os quais não houve consenso, e [consenso e] as cotas nas universidades esteve [estiveram] entre um deles. Este mecanismo de seleção cria distinções entre os brasileiros, uma vez que acaba discriminando um branco mais pobre, por não atacar, de frente, a falta de qualidade no ensino.
Sendo assim, a real causa do problema está na má distribuição de renda brasileira, na qual, os indicadores são insatisfatórios. Em 2008, somente 5,5% dos brasileiros conseguiram uma renda mensal de mais de cinco salários mínimos, enquanto quase 50% possuíam uma renda de até um salário mínimo apenas, segundo IBGE. Esse quadro, gerador de pobreza, interfere no inacesso à educação de qualidade, jogando para escolas públicas muitos estudantes, os quais se tornam vítimas da precariedade do ensino. O próprio senador Cristóvam Buarque reconhece essa realidade ao defender que todo filho de político deveria estudar em escola não privada.
Portanto, equitativar a distribuição de renda, bem como melhorar o ensino público, seriam soluções propícias. As cotas, sejam elas raciais, ou até mesmo para escolas públicas, só fazem os políticos acreditarem que o problema já está resolvido. E, assim, esquecem de melhorar a educação, em cujo investimento é ferramenta para combater essa desigualdade, como também, promover a justiça social para com todos. A educação melhora a renda, o que acaba sendo eficaz na sua distribuição.
Comentários do corretor
Suas colocações foram muito pertinentes e retrataram bem a problemática do tema. Porém, para chegar à excelência é necessário extrapolar o recorte temático. No mais, apenas cuidado com períodos longos a fim de não prejudicar a construção de sentido de seu texto.
Leia e produza sempre!
Competências avaliadas
Item | Nota | |
Adequação ao Tema | Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. | 1.5 |
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea | Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. | 2.0 |
Adequação ao Gênero Textual | Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. | 2.0 |
Adequação à modalidade padrão da língua | Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. | 2.0 |
Coesão e Coerência | Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. | 1.5 |
NOTA FINAL: | 9 |
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0.0 - Ruim | 0.5 - Fraco | 1.0 - Bom | 1.5 - Muito bom | 2.0 - Excelente |