A lei que prevê o mínimo de 50% das vagas de universidade públicas para negros e estudantes de baixa renda tem causado grande polêmica desde sua recente aprovação pelo Supremo Tribunal Federal. A intenção é que a lei promova um aumento de oportunidades aos negros e diminuição das desigualdades sociais.
De fato, a reserva das vagas trará um maior número de oportunidades às classes consideradas desfavorecidas, e que não tem [desfavorecidas e que não têm] acesso a redes de ensino de qualidade. Porém, é evidente que não se pode comparar o ensino público – o único acessível a essas pessoas de baixa renda – ao ensino particular, o que torna até plausível a criação de cotas sociais. Mas e por que não se deve comparar os negros aos brancos? Se, afinal, os dois pertencem à mesma raça, a humana, por que a criação de cotas raciais se torna justa? Grande parte do povo negro brasileiro faz parte das camadas sociais mais baixas, uma triste realidade. Mas, se o objetivo é integração dessas pessoas no meio acadêmico e no mercado de trabalho, pode-se concordar que um aumento no número de cotas sociais já seria suficiente para atingir o objetivo almejado, uma vez que esses negros já estão inclusos nas camadas mais pobres, tornando desnecessária a reserva de vagas por critério étnico. Afinal, os negros de classes altas possuem tantas oportunidades quanto os brancos, então por que deveriam ser privilegiados? Porque seus antepassados foram escravos? Essa é só mais uma reafirmação de divisão racial.
Dessa forma, a criação de cotas raciais apenas afirma e promove uma tese racista, ao invés de beneficiar quem de fato necessita. Para que haja maior número de oportunidades para os negros, é mais aceitável que se aumente o número de vagas para pessoas de baixa renda – que incluem não só negros, mas amarelos, pardos, indígenas, entre outros –, e permitir que haja um benefício e integração a essas pessoas sem motivos de reafirmação racial ou retratação por tempos remotos de escravidão.
Comentários do corretor
Seu projeto de texto fez colocações pertinentes em torno da problemática do tema. Contudo, faltou um mais efetivo trabalho com os recursos argumentativos ( citação, ironia, comparações, contraposições, fatos, dados, exemplos, retrospectivas históricas etc.) para enriquecer sua produção e validar sua tese.
Competências avaliadas
Item | Nota | |
Adequação ao Tema | Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. | 1.5 |
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea | Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. | 1.5 |
Adequação ao Gênero Textual | Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. | 1.0 |
Adequação à modalidade padrão da língua | Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. | 1.5 |
Coesão e Coerência | Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. | 2.0 |
NOTA FINAL: | 7.5 |
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