Todas as repugnâncias e sofrimentos impostos aos negros, em meados do século XVI a XVIII, onde tínhamos a escravidão negra, hoje tentam ser reparados pelo Estado, que imola direitos aos mesmos [a eles], promovendo ocultamente o preconceito racial, problemática já amplamente existente. A decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a legitimidade das cotas raciais em universidades federais, onde [em que] destinam-se 50% das vagas, foi só uma das maneiras de reafirmar a tese racista.
É certo que no período da escravatura, indígenas e negros africanos sofreram nas mãos dos portugueses, onde eram subestimados [submetidos] à realização de trabalhos pesados, sob sanção de castigos. A dor não baseava-se [não se baseava] somente no que eles sofriam fisicamente, em chicotadas, mas também, na [sem vírgula] perda de membros, também escravizados, de suas famílias, que muitas vezes eram deportados, vendidos ou trocados por seus donos. O que eles passaram não instigou à piedade das autoridades por muito tempo, e hoje tentam recompensar esse período com o ato contínuo à discriminação, passando por cima dos direitos de outras pessoas, plantando ainda mais problemas.
O direito à 50% de cotas raciais nas universidades federais não pagam 1% do tempo remoto, privatizam os direitos de outros estudantes e promove o preconceito à indiferença exposta pelo Estado, julgando a incapacidade dos negros de entrarem à uma [numa] universidade federal com a mesma pontuação de um branco, sem precisar de apadrinhamento. Sim, este é um estímulo oculto ao preconceito. Dessa vez, um preconceito intelectual. O Estado mais uma vez tapa os olhos da população à verdadeira face e interesse desses atos, que podem parecer benévolos para brasileiros alienados e mais uma vez, escravizados e domados.
A verdade é que nenhum ato poderá pagar todo o sofrimento passado, muito menos, sujeitando os direitos de outras pessoas, destruindo seus sonhos e o seu longo trabalho na busca de um mesmo objetivo. Um país como este, que sempre promoveu a igualdade social, agora abre uma brecha para um pagamento incontável e acima de tudo, nas costas de quem, da mesma forma, vai à luta.
Comentários do corretor
Seu projeto de texto fez colocações pertinentes em torno da problemática imposta. Contudo, faltou um melhor trabalho com os recursos argumentativos (citação, ironia, comparações, contraposições, fatos, dados, exemplos, retrospectivas históricas etc.) para dar força a sua argumentação. Extrapole o senso comum!
Continue lendo e produzindo!
Competências avaliadas
Item | Nota | |
Adequação ao Tema | Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. | 1.5 |
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea | Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. | 1.5 |
Adequação ao Gênero Textual | Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. | 1.5 |
Adequação à modalidade padrão da língua | Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. | 1.0 |
Coesão e Coerência | Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. | 1.5 |
NOTA FINAL: | 7 |
Saiba como é feito a classificação da notas | ||||
0.0 - Ruim | 0.5 - Fraco | 1.0 - Bom | 1.5 - Muito bom | 2.0 - Excelente |