Cotas raciais: uma solução preconceituosa e mascarada - Banco de redações

O sistema de cotas raciais traz à tona uma clara divisão entre as raças (branca e negra), mas, afinal, não somos todos iguais? É parece que não, e o sistema de cotas raciais, em universidades públicas, deixa clara essa segmentação. É bem verdade que a educação pública brasileira é bastante falha, e, sendo assim, transmite aos seus alunos essa fragilidade em promover o conhecimento, reproduzindo fracos desempenhos no acesso à universidade, e, como em sua maioria [vírgula] os alunos desse sistema educacional são negros, eles são sempre os mais prejudicados. Nesse aspecto, as cotas estão maquiando problemas em nosso sistema educacional -e também segmentando - ainda mais as raças brasileiras, e pouco [sem vírgula] farão para diminuir as desigualdades, o que pode reproduzir o contrário: aumentarão o preconceito e as divisões entre as classes.

Os negros são vítimas de preconceito e submissão desde a escravidão. Quando escravizados, perderam o direito de liberdade e ficaram “acorrentados” aos seus donos. Com o fim da escravidão, se é que existiu, os negros foram vítimas do preconceito e discriminação, restando-os, apenas, posições subalternas na sociedade. É preciso, sim, oportunidades de inclusão dos negros em nossa sociedade patriarcal, que é extremamente preconceituosa. Mas, as cotas raciais nas universidades não são o meio mais eficaz para isso ocorrer, já que elas reafirmam a exclusão e a separação existente entre as raças e demonstram a superioridade de uma em relação à outra, contribuindo com o preconceito, como, por exemplo: frases racistas, como “esses negros são tão burros que precisam de cotas para entrar na universidade. É melhor eles voltarem a puxar as carroças”.

Além disso, esse sistema de cotas está mascarando os verdadeiros problemas brasileiros e colocando a culpa desses problemas no passado injusto e sofrido dos negros. Deve-se salientar que a educação brasileira está bastante ruim, e [sem vírgula] isso é fruto de precários investimentos, e, juntamente com a má distribuição de renda, contribuem para que as desigualdades se proliferem.

Portanto, precisamos retirar as corentes que nos prende ao passado e pensar no presente, no tocante à melhoria de nosso precário sistema educacional, que é movido por um retrocesso atualmente, diminuindo, assim, com o preconceito entre as raças. Precisamos, sim, nos libertar de atitudes racistas, que não nos levam ao progresso e, para que isso ocorra, é preciso investir em educação e em programas que criem oportunidades de inclusão social e econômica, pois, assim, teremos um Brasil mais justo e com uma só raça, a raça brasileira, e que não desiste nuca [nunca]. E, se as cota [cotas] forem realmente a solução para diminuir as desigualdades, passarão a existir duas novas raças: “as dos cotistas e a dos não cotistas”.