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O processo histórico brasileiro é marcado por desigualdades, especialmente as raciais. Algumas obras artísticas e alguns movimentos retratam, e criticam, essas desigualdades. Porém, uma lei que "minimize" essas desigualdades, como a lei de cotas, ratificaria a existência de preconceitos.

A mentalidade escravocrata da sociedade brasileira, mesmo após a Abolição da Escravatura, evidencia a dificuldade em modificar as convicções de uma sociedade.Mas, caso houvesse uma educação cívica correta, tanto nas escolas, quanto nos lares, certamente o problema de desigualdade estaria minimizado.

Assim, o sistema de seleção para o ensino superior seria realmente igualitário, pois tentar atenuar um problema social com apenas ações restritas ao campo acadêmico é uma solução momentânea. Restringir uma lei a um sistema seletivo, cuja participação da população é de cerca de seis por cento, é "mascarar" as desigualdades raciais.

Dessa maneira, uma proposta efetiva seria, além das obras críticas e dos movimentos sociais, reeducar a população para conviver pacificamente com as diferenças. Essa é uma alternativa durável e que, especialmente, não beneficiará algumas raças em um exame seletivo, no qual a experiência e a competência individual devem definir o preenchimento de vagas.

Certamente, possibilitar maior quantidade de vagas no ensino superior a raças discriminadas socialmente não solucionará o problema de desigualdades. Porque, além do problema de má qualidade da educação básica, os problemas decorrentes de preconceitos não serão solucionados com uma lei restrita, mas com leis que tenham uma abrangência ampla na sociedade.