O Jeitinho Brasileiro - Banco de redações

O Brasil parece estar bem engajado no quesito ambiental. Participou da Eco-92, conferência onde foram estipulados metas para diminuir a degradação ambiental, não hesitou em assinar o protocolo de kyoto, se comprometendo a sancionar a emissão de gás carbônico à atmosfera, e agora, em 2012, sediará o Rio+20, uma continuação da Eco-92.

Infelizmente, em divergência com essas atitudes favoráveis ao meio ambiente, o Brasil mostra outra face. As vésperas do Rio+20, nosso país decide repaginar o código florestal, mas ao invés de melhorá-lo, o deixa ainda mais versátil, favorecendo fazendeiros que pretendem lesar o meio ambiente e sair impunes. Há outros absurdos, como a diminuição das áreas de proteção permanente (locais que mesmo sendo propriedade privada, não poderiam ser desmatados) e a diminuição da mata ciliar.

Também entra em conflito com a imagem de país ecológico a construção de usinas hidrelétricas, como a de Belo Monte e a do Rio Xingu. Embora as estatísticas mostrem que ambas causarão diversos danos ao meio ambiente e até a populações indígenas da região, os projetos foram levados adiante.

Essa não é uma postura de um país preocupado com o meio ambiente. É mais o reflexo de um pais [país] mascarado, que embora pareça engajado nas causas ecológicas, só defende os próprios interesses. É o jeitinho brasileiro.

O Brasil ainda precisa aprender que não é assim que se leva a vida. A partir do momento que nos comprometemos com alguma causa, devemos levá-la adiante, com seriedade e dignidade. Não fomos obrigados a sediar o Rio+20, fomos agraciados por sermos, ou aparentarmos ser, um país ecologicamente sustentável. Sendo assim, o mínimo a fazer é honrar esse título, e essa não é nossa postura atual. Enquanto essa situação não mudar, não podemos esperar do Rio+20 mudanças sérias, apenas acordos aparentes, que vamos descumprir com nosso jeitinho brasileiro.