Rio + 20: Utopia há vista mais uma vez? - Banco de redações

Mais uma vez o Brasil sediará um dos mais importantes eventos sobre desenvolvimento e meio ambiente, a Rio + 20. Em junho, o Rio de Janeiro receberá representantes de 193 países membros. Eles se reunirão com o objetivo de avaliarem os progressos realizados desde a última Conferência das Nações Unidas, sobre desenvolvimento e meio ambiente, a ECO-92. Conferência que foi realizada em junho de 1992, no Rio de Janeiro.

Em 1992, representantes de 178 países se reuniram para estabelecerem metas sustentáveis com o objetivo de preservarem o meio ambiente. Na ECO-92 foi criado um dos mais importantes documentos sobre o assunto, a Agenda-21. A Agenda-21 baseia-se em um plano estratégico com proporções globais, nacionais e locais para promover o desenvolvimento sustentável. Segundo esse plano, desenvolvimento sustentável é aquele desenvolvimento considerado no seu sentido mais amplo possível. Tudo deve estar em plena sintonia. As atividades humanas não devem exercer pressão sobre o meio ambiente a ponto de esgotar seus recursos naturais como, por exemplo, a água limpa e as florestas. Tudo parece perfeito, um plano como este posto em prática, colocaria o desenvolvimento como parceiro do meio ambiente, preservando a fauna e a flora, diminuindo a contaminação das águas, preservando terras aráveis e dando condições dignas de vida as populações desses países.

O grande problema, é que [sem vírgula] muito do [que] foi acordado entre eles, não foi devidamente cumprido. Muita coisa não passou de meros discursos cheios de hipocresia [hipocrisia]. Palavras de pessoas que tinham certeza de que muita coisa não sairia do papel. Segundo um balanço realizado este ano pela ONU (Organização das Nações Unidas) [vírgula]  o avanço em sustentabilidade foi bastante limitado. As nações mais ricas não reduziram o seu nível de consumo, descumprindo o acordo feito na ECO-92, ou seja, tudo não passou de pura utopia.

Agora tudo pode acabar se repetindo na Rio + 20. O Brasil como país sede tem o poder de influenciar de forma positiva as outras nações que participarão do evento, adotando uma conduta firme que trilhe pelo caminho da compatibilização entre o desenvolvimento e o meio ambiente. O desenvolvimento não deve de forma alguma ser encarado como antagônico ao meio ambiente. Resta sabermos quais serão os acordos firmados na Rio + 20. Se os acordos firmados trarão um consenso global, de que não existe desenvolvimento sem preocupação com o meio ambiente. Que as nações possam discursar palavras “verdes” e, muito mais que isso, que possam colocá-las em prática. Que a Rio + 20 não seja mais uma utopia há vista.