O bom senso linguístico - Banco de redações


Preconceito Linguístico: O dilema do “Certo” e do “Errado”

Enviada em: 24/03/2012

Status:

Corrigida
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“Me dê um cigarro”, esbraveja o camelô ao colega de trabalho. Muitas vezes, associamos a linguagem com o nível intelectual e social de um indivíduo, sem entender a conjuntura que esse indivíduo se encontra. Às vezes, nos cegamos com o nosso egoísmo intelectual e nos achamos “juízes linguísticos” em julgar o que é certo ou errado, aceito ou não aceito, bom ou péssimo. E com esse preconceito linguístico, esquecemos o verdadeiro sentido da comunicação – transmitir uma mensagem e ser compreendido aos nossos receptores.

Para discutir essa questão do preconceito linguístico, vamos entrar em outro campo do conhecimento, que é o Sociolinguístico, pois o preconceito linguístico advém muitas vezes do preconceito social. É um fato que as classes sociais menos favorecidas não dispõe das mesmas oportunidades de aprendizagem que as classes sociais mais altas, e por isso são mais desprovidos do conhecimento gramatical. Isso não quer dizer que as classes sociais mais baixas não se comunicam, ou não se fazem ser entendidos, ou se comunicam de modo errado, isso apenas significa que eles possuem um modo de se comunicar peculiar, mas que no fundo, atende as necessidades deles de se comunicar. Discriminar essa fala, [sem vírgula]é uma hipocrisia e falta de bom senso, pois o sistema linguístico veio para servir a comunicação e não a comunicação para servir o sistema linguístico.

A ciência linguística surge para regulamentar e formalizar o sistema linguístico, que deve ser usado no campo acadêmico, num tribunal de justiça, num discurso de um executivo, isto é, numa conversa formal. Fora dessa esfera “formal”, tudo é possível, aceitável e belo. Como diria Osvaldo de Andrade “Me dê um cigarro” ou as belas canções do Adoniram Barbosa “Samba do Arnesto”. O que seria das obras culturais se todas seguissem as “Normas Cultas”? Como seria enfadonho ler “Vidas secas”, “Fogo Morto” e “Sagarana”? A diversidade linguística enriquece a cultura. Seria um crime hediondo para os movimentos culturais estipular valores de certo ou errado para o sistema linguístico, simplesmente para sustentar um preconceito linguístico e social.

Somos cidadãos livres para nos expressarmos e sermos entendidos de diversas formas. Não importa se usamos o “Tchê”, “Uai” ou “Oxente”, o importante é termos bom senso para enxergarmos que o sistema linguístico é apenas uma forma de nos expressarmos para o mundo.

Comentários do corretor


Parabéns! Seu projeto de texto está claro e bem escrito, e abordou com excelência a problemática do tema. Leia e produza sempre!


Competências avaliadas


Item Nota
Adequação ao Tema Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. 2.0
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. 2.0
Adequação ao Gênero Textual Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. 2.0
Adequação à modalidade padrão da língua Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. 2.0
Coesão e Coerência Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. 2.0
NOTA FINAL: 10


Saiba como é feito a classificação da notas
0.0 - Ruim 0.5 - Fraco 1.0 - Bom 1.5 - Muito bom 2.0 - Excelente