O Importante é viver o que se fala. - Banco de redações

Há muito tempo o preconceito é um dos temas mais abordados pela sociedade, abrangendo dessa forma todos os preconceitos: o racial, o social, e quanto a [à] orientação sexual, dentre tantos outros. O preconceito linguístico, porém, não desperta tanto interesse, e quase sempre passa por despercebido.
Esse tipo de preconceito nada mais é que uma sátira, um deboche, diante das variações da língua, não há gaúcho que não tenha falado do sotaque nordestino, como também não há carioca que não tenha rido de um “tchê” usado por gaúcho, e sim essa brincadeira, essa piada é considerada preconceito contra a língua que faz parte de um conjunto étnico, e essa forma de preconceito é por inúmeras vezes incentivada por meios de comunicação.
É dito como correto aquele português padrão que segue as regras gramaticais, mas há uma diferença entre a língua falada e a língua escrita. A língua escrita segue uma gramática normativa, usando um português coloquial [formal], já a língua falada se adapta a diferentes culturas e situações, dessa maneira não há como julgar como errada formas de expressão que fazem parte da cultura de um povo. Além do que muitas pessoas por questões econômicas e sociais não tiveram acesso ao ensino do português “correto”, e acabaram por adaptar a língua, mostram como infundada essa tentativa de impor uma única maneira como correta, sendo que esta não atende a realidade da língua brasileira.
 Contudo [vírgula] o que vemos é existência de um círculo vicioso de preconceito linguístico, em que somos parte ativa, já que mesmo sem notarmos estamos perpetuando-o. Em minha opinião [vírgula] devíamos usar o tempo gasto com brincadeiras, para apreciarmos e analisarmos a riqueza de cada forma da língua, e como ela de uma maneira única caracteriza um povo e colabora enriquecer a cultura do país como um todo.